Redação Santa Catarina
FLORIANÓPOLIS – O Jornal A Verdade e a Unidade Popular vinham denunciando, desde o mês de março deste ano, as condições sanitárias impróprias em que os trabalhadores e trabalhadoras da empresa FLEX de telecomunicações vêm enfrentando em plena pandemia.
Na época, quando o Brasil registrava 117 mortes, o cenário de aglomeração nas salas de operações, no transporte e nos refeitórios já era grave. Hoje, quando nosso país marcha para ser o segundo com mais mortes por covid-19 no mundo, ultrapassando o marco de 37.300 mortes, a situação se torna insustentável.
Nesta terça-feira (09/06), diversos trabalhadores entraram em contato com o jornal A Verdade para denunciar que dois de seus colegas testaram positivo para COVID-19, e relatam que vários de seus colegas já apresentam sintomas. Em um ambiente de trabalho que propicia aglomeração, todos se preocupam, pois podem ter sido expostos ao vírus. “Hoje a tarde, todos os funcionários da sede da empresa FLEX da Dibb Mussi foram liberados no período da tarde, e avisados que voltarão a empresa na segunda-feira, mas a empresa não falou nada sobre os funcionários doentes”, afirmou um trabalhador.
É importante lembrar que, desde o início da pandemia, os trabalhadores e trabalhadoras das telecomunicações foram enquadrados dentro da categoria de trabalho essencial, inclusive os que fazem o trabalho “ativo”, ou de vendas. A pergunta que fica é: se o trabalho de telemarketing é um trabalho essencial, porque é tão desvalorizado, precarizado e desumanizado? A contradição está dada: ou o telemarketing não é essencial e os trabalhadores podem se preservar em quarentena em suas casas, ou é essencial e deve ser imediatamente valorizado como tal, com condições salariais dignas, maior investimento em EPI’s e condições ergonômicas de trabalho, ampliação da estrutura das empresas ou revezamento de equipes para evitar aglomerações, garantia de condições sanitárias para o trabalho com espaçamento seguro entre as P.A’s, e oferta de máscaras e álcool em gel para todos os trabalhadores.