Resolução da reunião ampliada da organização comunista Arma da Crítica

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Publicamos abaixo a resolução de autoria da organização comunista Arma da Crítica, avaliando elementos da atual conjuntura nacional. A resolução é de 14 de julho  de 2020.

A pandemia fez aprofundar uma crise econômica que já vem desde 2015. Pesquisa da FGV aponta retração econômica no primeiro trimestre, antes dos efeitos do Covid-19. O desemprego é tão grande que as estatísticas não dão conta para analisar sua amplitude, de mais de 50% da população adulta fora do mercado de trabalho. A concentração de renda, a deterioração das condições de vida e a fome são fruto da reforma trabalhista destruidora de direitos e da política de ajuste ultraliberal. O desmonte dos mecanismos de proteção social lança grande parte do nosso povo na miséria mais absoluta.

A política econômica de Bolsonaro/Guedes abre espaço para o saque e a espoliação das riquezas nacionais para grupos privados nacionais e internacionais.  As classes dominantes brasileiras fingem ignorar o quadro de devastação, tentando se apropriar do máximo de espólios possíveis. Em uma política de ataques e recuos, Congresso, mídia empresarial e Judiciário tentam impor limites ao ocupante do Planalto, mas sem mexer no núcleo da política econômica, dirigido pelo ministro Paulo Guedes. Tarefa que morrerá em suas contradições, pois Bolsonaro está a serviço do programa de Paulo Guedes.

Bolsonaro tenta se escudar nos militares, em policiais e em milicianos. Este é o seu círculo mais estreito. O STF conseguiu desbaratar parte do aparato de agitação política, conhecido como Gabinete do Ódio. Em paralelo, o ocupante do Palácio do Planalto se articula com o Centrão, para disputar as presidência da Câmara e do Senado e esvaziar riscos de impeachment. E fortalece os militares e fundamentalistas religiosos, como mostram as últimas nomeações ministeriais. A pandemia, e a deliberada sabotagem por parte do governo às medidas de controle sanitário, trazem mais sofrimentos para o nosso povo. Os governos nos estaduais e prefeituras, por pressão empresarial e necessidade de arrecadação, estão cedendo a uma reabertura das atividades que fará aumentar a cadeia de contágio. A insegurança em relação à doença se soma à perda dos meios de vida, de emprego e de renda. O medo do futuro e a morte são, hoje, o cotidiano de grande parte das  famílias brasileiras.

Afora o auxílio emergencial, nenhuma medida eficaz de apoio à atividade econômica foi implementada. A combinação de aumento da pobreza com imobilismo governamental prepara um quadro de caos social com consequências de extensão indeterminada. Um em cada cem brasileiros contraiu Covid-19, sem levar em conta subnotificação. Mais de 70.000 brasileiros oficialmente mortos pela doença. Além do desastre em áreas como educação ducação e serviços de assistência social. O Brasil não vive em um ambiente dito normal na política e na economia. O torpor que parece acometer grande parte da classe trabalhadora é momentâneo. A aprovação declinante de Bolsonaro é passageira.

É necessária a imediata substituição desse governo, acompanhada de medidas de interesse popular como a reversão das privatizações e a alienação das riquezas nacionais, a revogação da Lei do Teto nos gastos, bem como da reforma trabalhista, de toda a legislação anti-social. Cabe às forças de esquerda, e aos comunistas em particular, organizar as lutas dos trabalhadores e do povo, com vistas a derrotar, de maneira definitiva, o fascismo e a política neoliberal. Esse objetivo só será alcançado com grande mobilização popular. Essa é a resposta que o momento político impõe. Por isso, mais do que nunca, é preciso manter bem alta nossas bandeiras:

– Fora Bolsonaro e seu governo genocida e de traição nacional.

– Abaixo todas as políticas anti-povo e anti-nacionais.

– Pelo socialismo.

– Todo o poder às massas trabalhadora.