Matheus Nunes
SÃO PAULO – Com 25 anos de história, a União da Juventude Rebelião (UJR) tem acumulado uma importante experiência, reúne jovens de vários estados do país, está presente na luta estudantil em centenas de entidades, amplia sua ação para os bairros pobres e os locais de trabalho e desenvolve campanhas políticas mais amplas, como a construção do partido Unidade Popular (UP). Entretanto, precisamos fortalecer nossa organização revolucionária para construir junto aos trabalhadores e o povo uma sociedade sem exploração e derrubar o governo fascista de Bolsonaro.
O principal trabalho dos militantes da UJR é o enraizamento e a consolidação dessa organização como alternativa concreta em defesa dos direitos da juventude. Esse dever será cumprido na medida em que os núcleos de base da UJR se identifiquem pelo nível de disciplina e recebam do conjunto da militância mais apoio e prioridade.
Somente a ação consciente e planejada do núcleo pode forjar jovens capazes de realizar todo o seu potencial e atuar efetivamente na luta pelo socialismo e o poder popular.
Uma vez distante do trabalho coletivo, o indivíduo sozinho não pode alcançar a verdadeira emancipação do jugo capitalista. De fato, levando a cabo os fundamentos da organização revolucionária, como a crítica e autocrítica e o centralismo democrático, a juventude se engaja, compreende as origens da opressão e pode incorporar aptidões e habilidades na atividade prática da UJR.
Em cada núcleo devemos prezar pela indispensável politização dos diversos aspectos dos anseios da juventude, além de destinar tempo especial para o estudo do marxismo-leninismo, da literatura e dos diversos conhecimentos desenvolvidos pela sociedade.
A discussão coletiva, fraterna e democrática constitui o melhor método de organizar essa intervenção, realizar a formação comunista e promover o autocuidado com a saúde. Nenhuma nova tecnologia ou rede social pode substituir a dinâmica de reuniões semanais, a assistência cotidiana e presencial dos militantes ou enfraquecer o debate vivo. Os núcleos são espaço para distribuir o trabalho e centralizar a política, aprofundar desse jeito nossa unidade e coesão, elaborar projetos culturais e organizar os cursos de teoria marxista e, sobretudo, preparar a luta e o crescimento da UJR.
Enfrentar os Obstáculos Diários
Se queremos organizar o povo para lutar e fazer a revolução, derrubar o capitalismo e levantar o socialismo, precisamos garantir que os núcleos se tornem instrumentos a serviço da construção material da revolução, garantindo sempre a contribuição individual do militante e a permanente difusão do jornal A Verdade entre as massas trabalhadoras através da realização de brigadas periódicas.
Não é tarde para lembrar que temos obrigação de cuidar da nossa organização para não cair no mesmo fosso dos partidos reformistas que abandonaram a teoria da revolução proletária, se afastaram das massas e perderam referencial popular, receberam doações da classe dominante e não combateram o monopólio da mídia existente em nosso país, passando a depender ideologicamente dessa classe. Ao invés da ruptura, esses partidos praticam a conciliação com os lucros da burguesia e deixam intactas as ferramentas de repressão do Estado capitalista.
Propagar a Moral Revolucionária
Os núcleos da UJR devem, portanto, conduzir um firme combate contra os vícios e desvios ideológicos, elevando a moral comunista edificada no amor a humanidade, no compromisso com a verdade e na atitude revolucionária perante a vida. A moral comunista não será conquistada se estamos distantes das massas e permitirmos que a presunção tome conta da nossa organização pessoal e coletiva.
Quando tocamos uma nova luta, honramos novos recrutamentos, investimos no desenvolvimento das companheiras e dos companheiros, é necessário prestar atenção especial contra as mentiras da burguesia que são provocadoras de efeitos degradantes e nocivos na juventude. Desde que o conjunto da militância da UJR esteja disposta a encarar essa luta contra a moral burguesa e, sem hesitar, defender a moral e os princípios comunistas da solidariedade, da cooperação e do internacionalismo, seremos vitoriosos.
Por fim, participando ativamente das lutas políticas e reivindicatórias da juventude rumo ao futuro digno, sem fascismo, com justiça e democracia popular, os jovens arrebentam as correntes que prendem a sociedade aos velhos hábitos atrasados e mesquinhos solidificados na sociedade capitalista. Para não regredir, os núcleos de base da UJR devem manter bem alto a bandeira da revolução, o programa socialista e dedicar melhores esforços para erguer um mundo novo, assim como fez o revolucionário Ernesto Che Guevara, médico e guerrilheiro heroico que combateu em Cuba, no Congo e na Bolívia, e os nossos camaradas Manoel Lisboa de Moura, Amaro Luiz de Carvalho, Emmanuel Bezerra dos Santos, Manoel Aleixo e Amaro Félix, heróis do Partido Comunista Revolucionário (PCR) que lutaram contra a ditadura militar fascista e deram suas vidas pela liberdade no Brasil.