Trabalhadores continuam a sofrer com o descaso da empresa Alma Viva em Sergipe

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AGLOMERAÇÃO – Funcionários da empresa Alma Viva algmorados na empresa após volta do período de home-office. (Foto: Reprodução/Jornal A Verdade)
É necessário que a empresa Alma Viva pague por seus inúmeros processos judiciais, que pare de agredir aos trabalhadores como vem fazendo há anos.
Redação Sergipe
Jornal A Verdade

ARACAJU (SE) – São mais de 68 mil casos de infectados pelo Covid-19 no Estado e mais de 1.700 mortes. O Governador Belivaldo Chagas (PSD) e o Prefeito da capital Edvaldo Nogueira (PDT) continuam a atender somente os interesses financeiros do empresariado sergipano, promovendo o que movimentos sociais como o Movimento Luta de Classes (MLC) chama de “uma verdadeira política de morte para os trabalhadores.”

Neste breve cenário, a empresa de telemarketing ‘Alma Viva’ obriga os funcionários a saírem do home-office para se aglomerarem na empresa, causando casos que já foram denunciados ao A Verdade, quando no mês de maio, trabalhadores acionaram a redação do jornal para fazer denúncias sobre o tratamento da empresa com os funcionários.

A empresa foi obrigada por liminar a manter 30% do efetivo, o que gira em torno de 1.600 trabalhadores se arriscando todos os dias nos transportes e na empresa em meio a pandemia.

Mesmo com relatos gravados, diversas denúncias, a liminar foi mantida com promessas de garantia de segurança à vida dos trabalhadores, como distanciamento social e higienização das máquinas e locais de trabalho.

Todas as promessas da liminar não passaram de mentiras segundo relatos e registros dos próprios funcionários da empresa.

No mês de agosto mais trabalhadores entraram em contato com a redação do A Verdade e relataram que o descaso continua.

Se aproveitando da reabertura proposta pelo Governador, com o objetivo de atender aos interesses dos empresários, a ‘Alma Viva’ está retirando os funcionários do home-office aos montes e obrigando-os a trabalhar presencialmente.

Muitos trabalhadores alegam que foram obrigados a comprar as máquinas durante o período de home-office e que a empresa não organizou nenhum suporte para a categoria, tornando o trabalho insuportável.

Outros relatos indicam que funcionários, mesmo de quarentena e restrições, foram contaminados pelo coronavírus. Uma mãe – que preferiu não se identificar – teve que deixar sua filha aos cuidados da avó durante os 14 dias que passou completamente isolada.

Indícios revelam que a maior parte do contágio ocorre nos transportes públicos. Em Aracaju, os magnatas do transporte mantêm a frota reduzida, o que os garante maior taxa de lucro e menos gastos com combustível, manutenção e funcionários.

Mesmo com medo por causa das inúmeras câmeras, trabalhadores decidiram tirar algumas fotos da aglomeração e da falta de uma equipe de limpeza adequada à pandemia.

SUJEIRA – Mesmo prometendo ambiente limpo e com segurança, Alma Viva mantém empresa suja e sujeitando trabalhadores ao coronavírus. (Foto: Reprodução/Jornal A Verdade)

Os trabalhadores alegam que estão levando seu próprio álcool em gel e que têm que limpar as próprias bancadas, mouses e as máquinas. Eles estão assustados com a quantidade de trabalhadores que estão retornando, a falta de organização e de limpeza.

“Eu trago álcool em gel para as mãos e o líquido para limpar teclado e mouse, essas coisas. Fazer o que né? Se virar lá por enquanto. Terminar a faculdade e cair fora. Estou com medo” – afirmou um trabalhador da empresa.

Para o Movimento Luta de Classes (MLC) que acompanha a situação dos trabalhadores internamente, “o que precisa ser feito em Sergipe são movimentações como as brigadas do jornal A Verdade, atos de rua, como vem acontecendo, conscientizando os trabalhadores dos reais interesses da reabertura do comércio.”

A Unidade Popular pelo Socialismo (UP) também está presente nos atos para fazer denúncias como as do despejo de mais de 300 famílias na ocupação das Mangabeiras e repudiar a reabertura do comércio que lota o centro da capital e “promove o genocídio do povo pobre e da classe trabalhadora.”

“Além disso é necessário que a empresa ‘Alma Viva’ pague por seus inúmeros processos judiciais, que pare de agredir aos trabalhadores como vem fazendo há anos, que se investigue a fundo as suas condutas nessa pandemia, que os trabalhadores continuem confiando no jornal A Verdade e no Movimento Luta de Classes (MLC), que continuem a denunciar e que futuramente possam construir uma greve histórica com os mais de 6 mil funcionários”, finalizou o Movimento.