“A gestão dos recursos humanos baseada na precarização do trabalho pela terceirização custa a dignidade, segurança e saúde mental de dezenas de trabalhadores e trabalhadoras e de suas famílias.”
Redação São Paulo
SÃO PAULO (SP) – Os trabalhadores terceirizados da segurança patrimonial que trabalham nas unidades de saúde da zona leste sofrem duro ataque no início de 2021. A atual empresa terceirizada Açoforte Segurança e Vigilância Eireli perdeu a licitação com a prefeitura e até agora os trabalhadores não receberam qualquer informação sobre seu futuro.
A empresa que realizará tal prestação de serviços a partir de fevereiro será a Avanzzo Seguranca e Vigilancia Patrimonial Eireli, que anunciou processo de contratação em suas nas redes sociais, portanto certamente não absorverá integralmente os trabalhadores atuais. Esse entra e sai de empresas terceirizadas na prestação de serviços em órgãos públicos é um absurdo em diversos aspectos e, um destes, é no que se refere às condições de trabalho e direitos trabalhistas.
De tempos em tempos, os trabalhadores sofrem com o risco iminente de demissão e não pagamento integral dos seus direitos. A matemática dos Recursos Humanos das empresas nunca bate com a dos trabalhadores que, geralmente, saem prejudicados e têm que buscar seus direitos na justiça. Acresce-se a isso o medo da demissão nesse momento de alto nível de desemprego no Brasil e aumento do custo de vida do povo (aluguéis, contas, comida, etc.).
Mais cruel ainda quando constatamos que esses trabalhadores não foram poupados um dia sequer desde o início da pandemia. São considerados trabalhadores essenciais, porém são os que recebem menores salários, sofrem mais demissões e os mais acometidos por acidentes de trabalho. Um trabalhador relatou sua angústia em condição de sigilo de identidade: “eu não tenho dormido ultimamente pelo medo da demissão e pela própria situação incerta. Não saber o que estão planejando para sua vida é angustiante. Eu começaria um curso noturno nesse ano… agora nem sei mais!” A gestão dos recursos humanos baseada na precarização do trabalho pela terceirização custa a dignidade, segurança e saúde mental de dezenas de trabalhadores e trabalhadoras e de suas famílias.