As mobilizações pelo impeachment do atual presidente do Brasil seguem firmes, afinal de contas, já ultrapassamos a marca de 220 mil mortos em nosso país. No Pará, perdemos mais de 7 mil vidas para a Covid-19. Embora o presidente e seus seguidores afirmem que a culpa é do STF, dos prefeitos, dos governadores e de qualquer um que não ele, o povo começa a se conscientizar de que o protagonista do caos social, econômico e político em que vivemos no país hoje é Jair Bolsonaro. Com cada dia menos aceitação entre a classe trabalhadora, diversos setores e organizações políticas e sociais começam a ver a saída do presidente como uma alternativa real para pôr fim à política genocida e desumana que impera no Brasil hoje. No dia 18 de janeiro o Supremo Tribunal Federal, em nota, desmente Bolsonaro ao afirmar que não proibiu o capitão da reserva de atuar e construir políticas públicas entre os entes para combater a pandemia. Entretanto, é do conhecimento de todos as tentativas do palácio do planalto de se desviar a todo o momento do enfrentamento à pandemia; basta lembrarmos da defesa da “imunidade de rebanho”, “isolamento vertical”, “cloroquina” e agora o surto negacionista inventou o “tratamento precoce”, nada mais do que uma tentativa de defender os interesses dos mais ricos que evitam o lockdown em detrimento da vida das pessoas. Agora, quando finalmente os cientistas desenvolveram vacinas eficazes contra este vírus, o Brasil segue sem plano de vacinação efetivo, nem conseguindo vacinar os profissionais que atuam na linha de frente contra o vírus. Nos vemos à mercê do imperialismo chinês dependendo do Ingrediente Farmacêutico Ativo – IFA por ele produzido. Estamos sendo sabotados por Bolsonaro e sua equipe que neste momento hostilizam a China, em uma “guerra santa” contra o “comunismo”, uma sandice possível apenas no mundo delirante dos obscurantistas. Embora não seja possível realizar atos massivos de rua, milhares de pessoas pelo país se mobilizam para lutar e no Pará não foi diferente. Em Belém, na manhã do último domingo de janeiro (31) cerca de 300 carros estiveram nas ruas, partindo da Av. Presidente Vargas em direção ao Mercado de São Brás. Com bandeiras, faixas e buzinaços por todo o trajeto (exceto em frente aos hospitais e Museu Emílio Goeldi), sindicatos, organizações, movimentos e partidos políticos pautaram a necessidade de compra e produção de vacinas, a luta contra a PEC 32/20 – Reforma Administrativa, contra as privatizações e pelo fora Bolsonaro. Neste momento tão difícil para a classe trabalhadora, sendo acometida pelo vírus, pelo desemprego e pela crise econômica brasileira, é necessário nos reinventarmos, garantindo a segurança e barrando a proliferação do novo coronavírus. Não podemos deixar de reafirmar nossas bandeiras e ocupar as fileiras da luta. Só através da mobilização popular é que conseguiremos derrubar o fascismo bolsonarista. A organização da carreata partiu do Fórum Paraense em Defesa do Serviço Público e Contra a Reforma Administrativa e contou com a participação de diversas organizações populares que se somaram à carreata, mesmo durante o percurso. Foram diversas falas que caminharam em um sentido: A necessidade de transformação política urgente! Portanto, a luta pelo Fora Bolsonaro é um instrumento fundamental para garantir o enfraquecimento da política de sucateamento da vida, propiciando condições para a construção do poder popular.
Izabele Leite e Welfesom Alves, militantes da Unidade Popular