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sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Povos indígenas do Rio Grande do Norte são excluídos da vacinação contra a covid-19

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Por: Ezequias Rosendo

No Brasil devido ao evidente descaso com a saúde pública por parte do governo federal, o processo de vacinação contra o coronavírus somente teve início após mais de 8 milhões de contaminados e 200 mil mortos pela covid-19. Se não bastasse, em diversos estados esse processo tem sido excludente e desigual para os povos indígenas. No Rio Grande do Norte, cerca de 6 mil habitantes são autodeclarados indígenas.

O estado possui 16 comunidades dos povos; Potiguara, Tapuia, Paiacu, Tarairiú, Janduís e Caboclos, segundo levantamento da Articulação dos Povos Indígenas do Rio Grande do Norte (APIRN), porém nenhuma dessas comunidades tem seus territórios demarcados, e por isso esses povos estão excluídos do processo de vacinação contra a covid-19, pois segundo o plano divulgado pelo governo federal, somente os indígenas residentes em territórios demarcados serão vacinados.

De acordo com levantamento da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), foram registrados 56 casos de contaminação e 5 mortes entre indígenas no estado do Rio Grande do Norte. A Instituição também alega que há uma ausência de dados sobre a situação dos indígenas no estado

A medida excludente do governo federal também é considerada racista e genocida por organizações e coletivos indígenas atuantes no estado do RN. Para Juão Nyn, indígena do povo Potiguara e membro da Articulação dos Povos Indígenas do RN (APIRN), a prática é a manutenção de um projeto colonial e genocida, e faz críticas ao Governo Federal, e também à atual governadora do estado Fátima Bezerra (PT): “O Governo Federal e a governadora são responsáveis por estarem dando continuidade ao trabalho dos outros governadores e políticos que vieram antes deles, que infelizmente são colonialistas e que endossam a inexistência de indígenas no Rio Grande do Norte, soterrando nossa existência. Essas pessoas são cúmplices do genocídio e etnocídio que segue acontecendo nesses cinco séculos.”

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