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sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Movimentos sociais pelo direito ao meio-passe em Natal

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Foto: Amanda Lisboa

Redação RN

NATAL – No último dia 18 de março, representantes da União dos Estudantes Secundaristas Potiguares (Uesp), do Diretório Central dos Estudantes da UFRN (DCE-UFRN), da Federação Nacional dos Estudantes em Ensino Técnico (Fenet) e jovens do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) ocuparam a sede da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (STTU) de Natal, exigindo o direito ao meio-passe dos estudantes nos horários de pico, o retorno de 100% da frota e o fim do remanejamento de linhas de ônibus.

A ação foi contra a decisão do prefeito Álvaro Dias (PSDB), que retirou o direito ao meio-passe para os estudantes e gratuidade dos idosos nos horários de pico – das 06h às 08h e das 17h às 19h. A Prefeitura diz estar combatendo a pandemia, mas está mais preocupada em retirar direitos dos estudantes. Prova de que não há reais medidas contra a Covid-19 está nos ônibus, que permanecem cheios na capital potiguar por decisão da Prefeitura.

A frota de ônibus está reduzida, enquanto os estudantes e trabalhadores são obrigados a trabalhar pela falta de um auxílio emergencial. Por isso, o povo precisa se humilhar em pé nos ônibus lotados como se não houvesse pandemia. A situação é tamanha que a Justiça obrigou a Prefeitura a garantir 100% da frota para circular, medida que a Prefeitura se negou a cumprir.

“Os estudantes não deixaram de trabalhar e se movimentar pela cidade durante a pandemia, muitos têm que sair todo dia para ajudar em casa, já que não existe nenhum auxílio aos estudantes por parte dos governos”, disse Marcos Alexandre, militante da UJR e coordenador da Fenet.

Durante a pandemia, a Prefeitura também retirou diversas linhas de ônibus e circulares na Zona Norte e Zona Oeste da cidade com os remanejamentos de rotas, dificultando a vida dos trabalhadores que moram na periferia. E, no geral, o transporte público de Natal é da pior qualidade, com uma frota de segunda mão e graves problemas no sistema de licitações. Isso tudo escancara que o único interesse de Álvaro Dias é encher o bolso dos empresários do transporte, não escutando o povo pobre de Natal.

E isso foi reforçado na ocupação quando os manifestantes foram recebidos primeiro com a Guarda Municipal, recebendo ameaças e sendo colocados em situação de guerra: a Prefeitura privou os manifestantes de usar o banheiro, cortou a água e impediu que qualquer comida entrasse na sede da STTU. Além disso, o Secretário Adjunto da STTU deixou claro às entidades que não irá voltar atrás na decisão e falou que a gestão de mobilidade urbana deve se preocupar com os lucros das empresas.

Ao meio dia, os ocupantes saíram do prédio e fizeram uma plenária falando da necessidade de continuar a luta pelo meio-passe, avaliando a repercussão que a ação teve na sociedade e na imprensa da cidade. Por isso, a luta dos estudantes irá prosseguir na capital potiguar. O direito ao meio-passe é uma conquista adquirida pelos estudantes e nenhum decreto irá passar por cima disso.

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