Poesia | Nas tuas mãos

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Foto: Jorge Ferreira/JAV

Maxson Almeida Militante da União da Juventude Rebelião no Pará


Nas tuas mãos

 

entre as tuas mãos 

encontra-se a força

que se cala se tu não se levanta,

mas, se tu vens com teus olhos em prantos

por ter visto os horrores do mundo caduto,

 

eu digo: camarada, lutemos!  

 

porque é um urgente a necessidade dos que têm fome, 

dos que ficam e morrem, 

dos que, antes da morte,

adoecem e cansam … 

mas, é urgente, eu repito,

saiba disso. 

 

… chore enquanto abre a tua mão

para então ser tomado pelos olhos das crianças que ainda hoje lutam

para se manterem de pé, com menos do que um suspiro.

 

e não tema a queima da própria pele na caminhada, 

não tema o fogo de muitos sóis que te esperam,

eles não serão o que te causarão o entusiasmo descomunal 

da vontade humana de transformação,

nem serão, sozinhos, os que te levarão ao descanso no seu regresso diário,

após os dias de luta.

 

eu digo: camarada, será a sua decisão de abrir-se à luta dos que, com urgência, necessitam.