Coordenação Estadual da UJR SP
SÃO PAULO – Nas agitações que realizamos em cada canto do Brasil sempre defendemos a construção de uma nova sociedade e a edificação de um país socialista com o poder na mão dos trabalhadores. Esse futuro significa muito para o povo brasileiro: garantia de trabalho para todos os pais e as mães de família, moradia digna para os que passam frio em barracos, comida para os famintos, perspectivas para a juventude que não envolvam o subemprego e as drogas, enfim, uma vida sem a miséria e a exploração do presente.
Nós, jovens da Rebelião, filhos da classe trabalhadora, dedicamos nossas vidas para a construção desse projeto grandioso, forjado pela história heroica dos povos explorados de todo o mundo. Mesmo nos tempos mais hostis à classe trabalhadora a chama da rebelião se manteve viva, seja na Ditadura Militar, sanguinária e fascista, que se apossou de nosso país a serviço dos interesses da burguesia, ou nos tempos atuais, onde os herdeiros políticos dos Generais de 1964 implementam uma política de genocídio e destruição de direitos. Seguimos hasteando a bandeira do socialismo, alimentando o sonho de um mundo justo, resistindo aos golpes dos capitalistas, que não puderam e nunca poderão conter o avanço de nossa organização, e organizando cada vez mais jovens trabalhadores que, capazes de tremer com as injustiças que acometem seu povo, transformam a luta pela libertação das amarras do capitalismo em razão de sua vida. Em cada escola em que um estudante se indigna com o futuro de miséria que o capitalismo lhe oferece, em cada bairro em que se queimam pneus em luto por uma vida negra perdida, há de se levantar a bandeira da rebelião. As ideias da nossa juventude estamparão os muros e há de se crescer muito mais a UJR na sua missão de unir a juventude para derrotar o fascismo.
Diante dessa grande missão é necessário um debate profundo sobre como avançar as políticas de nossa construção material. O apoio financeiro das massas às lutas populares é um dos pilares para a construção de uma organização de vanguarda, aquela que se orgulha de não ser apoiada por bancos e empresas capitalistas e que o faz guiada por um firme princípio: ter compromisso exclusivo com os trabalhadores.
Portanto, esse princípio é a base de nossa construção material: somente os trabalhadores podem construir suas ferramentas de luta na busca pela libertação de sua classe. Sendo assim, não contamos com o apoio de aliados porque o precisamos de maneira imediata, para financiar a próxima atividade; contamos com o apoio dos aliados porque esse é o único caminho possível para garantir nossa caminhada na construção da revolução socialista.
Por isso os aliados são fundamentais, eles podem unir-se a nós para sustentar a luta revolucionária. Manoel Lisboa, por exemplo, como seria capaz de crescer o trabalho do Partido e apoiar seus camaradas se não tivesse à quem recorrer para garantir sua alimentação, locomoção e abrigo durante as longas noites da ditadura? Se os bolcheviques não tivessem ao seu alcance o grande apoio das massas durante os momentos de maior ataque às organizações dos trabalhadores, como se manteriam em condições de realizar a revolução que prometeram ao povo?
Dessa forma, o primeiro passo é compreender que o financiamento da luta é um elemento muito importante de nosso trabalho; ao apresentar a UJR, o Jornal A Verdade ou a Unidade Popular, precisamos falar sobre como decidimos manter nossas organizações, não podemos apresentar essas ferramentas de luta, fazer denúncias políticas e mobilizar as massas, sem colocar o elemento de urgência da organização do povo e da construção material dessas ferramentas. Apesar da situação de miséria dos trabalhadores brasileiros, somos a esperança e o único caminho para a construção de um futuro melhor e é com essa perspectiva que nossa luta é apoiada, cabe a nós mobilizar esforços no sentido de garantir a sustentação das lutas.
Precisamos ter em mente que cada tarefa exige condições materiais para sua realização e, portanto, devemos nos debruçar sobre como nossa organização realiza cada atividade: panfletagens, colagens, decorações, materiais de propaganda como livros de teoria marxista-leninista, camisetas, bandeiras, viagens de assistências. Sem alguns desses poucos exemplos o que seria da Juventude Rebelião?
Só compreendendo que cada atividade nossa custa dinheiro, podemos deixar de subestimar a questão financeira e de secundarizar tarefas ligadas a finanças. Mesmo a mais simples iniciativa é valiosa para garantir nossas lutas, a rifa de menor valor, do livro mais comum, vale muito para nós., pois cada número significa mais uma pessoa que toma a decisão política de apoiar e construir nossa organização.
Ao tratar da política de aliados, nossa relação com as massas é algo central; apenas conquistando sua confiança poderemos contar com aliados cada vez mais numerosos, ou seja, nossa postura cotidiana, nosso compromisso e disciplina proletárias são fundamentais. Nossas relações pessoais precisam estar também fortalecidas de maneira política, cada amigo nosso deve conhecer também nosso trabalho como militantes da UJR, o que defendemos, pelo que lutamos e conhecer o Jornal A Verdade. Essa é uma questão aparentemente simples, mas é a solução para boa parte das dificuldades que encontramos para aplicar a política de aliados.
Aqueles que podem somar-se à nossa luta estão ao nosso redor, são nossos amigos, colegas de sala, professores, familiares, trabalhadoras da escola ou da universidade, motoristas do ônibus que pegamos sempre no mesmo horário. Sem dúvida, construir e manter relações politizadas são tarefas que exigem esforço, porém, o Jornal A Verdade é ferramenta fundamental para nos ajudar nisso, pois nele encontram-se denúncias das principais injustiças que um trabalhador aliado irá enfrentar no seu dia a dia. O formato no qual o Jornal é construído e vendido fazem dele a melhor ferramenta para estabelecer relações de outro nível, pois um encontro mensal combinado sempre na primeira semana do mês, para a venda e leitura do jornal com um aliado, convidando-o para somar nas construções de matérias, chamando-o para fazer colaborações com outras iniciativas da nossa organização, é sem dúvida um passo decisivo para nossa militância.
Nossa questão financeira não se resume ao saldo de dinheiro no final do mês, ela está diretamente atrelada ao despertar da consciência das pessoas ao nosso redor. A contribuição dos aliados pode revelar-se no avanço gradual de consciência, que garantirá que o povo seja cada vez mais uma peça ativa para a construção da revolução brasileira. E isso só dependerá de quão profundamente tratamos as políticas de finanças, por mais simples que sejam.
A cada dia que passa nossa missão é mais urgente e necessária, ao passo que mais pessoas estão dispostas a transformar, na luta, as suas vidas e a nossa sociedade. Nos cabe a tarefa de fazer chegar em cada canto nosso trabalho, como uma mão estendida a cada trabalhador, a cada mulher, a cada jovem. Essa mão estendida abraçará inúmeras outras e dessa união cada vez mais forte sairá o golpe final em nossos inimigos. Sejamos audaciosos, comprometidos e decididos a construir por nossas mãos, tudo o que nos diz respeito!
“O mais importante para um exército vencer e dominar é contar com o apoio do povo. A propaganda não pode ocultar a verdade nua e crua das desigualdades sociais, o desemprego, os salários baixos, a injustiça e todos os males do capitalismo. Eis a principal questão: eles têm armas, dinheiro, soldados, MAS NÃO TÊM O POVO. E como este exército da burguesia não é amado pelo povo brasileiro, nós devemos formar nosso exército. Para destruirmos este exército, que é da burguesia, temos que formar o nosso próprio exército, o exército do proletariado.” – Manoel Lisboa de Moura.