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domingo, 22 de dezembro de 2024

Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes despeja 400 famílias

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Foto: @fotografiaativista

Por: Taylinne Barret

            Ainda em momento crítico da pandemia da COVID-19, a prefeitura de Jaboatão dos Guararapes – PE, despejou nesta segunda-feira (31 de maio), 400 famílias que ocupavam o antigo fórum da cidade. Em resposta ao despejo, as famílias ocuparam a prefeitura e agora seguem lutando para que o direito a moradia seja garantido de fato. Será que a prioridade do prefeito de Jaboatão, O cristão evangélico Anderson Ferreira Rodrigues do PR( Partido da Republica), continuará sendo destruir moradias em meio à maior pandemia que já vimos desde a gripe espanhola, deixando 400 famílias ao relento e expostas ao vírus?

            Em assembleia, as famílias aprovaram a permanência da ocupação na sede da prefeitura até que as reivindicações sejam atendidas, entre elas o auxílio moradia ou o aluguel de um prédio  como forma paliativa até que saiam as moradias definitivas.

            Segundo Davi Lira, Coordenador do MLB na cidade, apesar do prefeito estar trabalhando para que essas famílias se tornem moradores de rua, elas seguiram em resistência. Ainda em entrevista, Lira comentou que a luta contra o despejo na pandemia é uma luta nacional e que, apesar da vitória recente com a aprovação do projeto de lei 827/20 (que proíbe ações de despejos coletivo durante a pandemia), o Brasil segue despejando famílias em meio a uma crise sanitária.

            Em nosso país, ao menos 9.156 famílias foram removidas durante a pandemia, aponta levantamento realizado entre março de 2020 e fevereiro de 2021 pela campanha do Despejo Zero. O estudo também apontou cerca de 64,5 mil famílias ameaçadas de despejo nesse mesmo período. Os maiores índices foram identificados no Amazonas, em São Paulo e em Pernambuco.

            “Insistir em despejar 400 famílias no auge de uma crise sanitária é desumano, as famílias da ocupação Paulo Freire não tem para onde ir, das 400 famílias que habitavam o antigo forúm, mais da metade trabalha na informalidade, a maioria são mulheres e crianças que, não vendo outra alternativa com o alto preços do aluguel  e sem moradia digna, resolveram lutar. Seguiremos firmes!” comentou Sandra Maria, Coordenadora do MLB e moradora da Ocupação Paulo Freire.

            O déficit habitacional no Brasil não é uma novidade, mas este cenário ficou ainda mais desesperador em tempos de pandemia. Por outro lado, milhões de imóveis estão abandonados nas cidades sem cumprir nenhuma função social, ao contrário do que determina a Constituição.

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