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sábado, 23 de novembro de 2024

Futebol e política: O que tem a ver PSG e a ditadura no Catar?

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Foto Reprodução

Pedro Antonelli


SÃO PAULO – O Paris Saint-Germain é um time que representa a capital francesa, e a alta burguesia parisiense. O time foi fundado em 1970 pela elite da cidade que enxergava a necessidade de um time que os representasse, em contraponto ao Olympique de Marseille, um time do sul da França que tem raízes operárias, e dominava o campeonato nacional francês até o momento.

O time, devido ao seu grande financiamento, cresceu de forma bem rápida, em pouco tempo já era dono de um dos maiores estádios do mundo, o Parque do Principe. A justeza do time e a forma como ele cresceu já era algo a se criticar desde a sua fundação, com apenas 4 anos de existência o time já contava com um astro de seleção e jogador de Copa do Mundo, Mustapha Dahleb.

Desde sempre o time hiper-inflacionou as transações do futebol europeu, comprando jogadores por cifras absurdas, fazendo com que times pequenos caíssem para a situação de semi-profissional ou até mesmo, de várzea, por não terem condições de concorrer a estrutura gigante do time rival.

A ditadura no Catar

O Catar é um país do oriente médio, que desde os anos 70 vem passando por grandes transformações econômicas. Com a descoberta de poços gigantescos de petróleo e gás natural, o xeique Khalifa bin Hamad Al Thani, sobe ao poder após um golpe junto ao império Britânico.

Hoje quem está no poder é o emir Tamim bin Hamad Al Thani, neto do golpista. Seu governo é acusado de não respeitar diversos direitos humanos. Além de grave corrupção, o povo no Catar vive na miséria.

O país também sediará a Copa do Mundo de 2022 e segundo o jornal britânico The Guardian, ao menos 6500 trabalhadores já morreram nas obras. O governo caracteriza as mortes como “naturais”, o que dificulta qualquer tipo de investigação.

Sportswashing

É bem comum ditaduras usarem do esporte pra “limparem a sua barra”, como foi a Copa do Mundo de 1934 na Itália fascista e na Argentina em 1978. Hoje em dia o Catar faz o mesmo, por meio de um fundo de investimentos estatais, comprou o Paris Saint- Germain, e foca em montar um time apenas de estrelas. A mais recente contratação foi de Lionel Messi, um dos maiores jogadores de futebol da história. Em 2017 o time comprou do Barcelona o jogador brasileiro Neymar Jr., pelo valor exorbitante de 821 milhões de reais, um recorde.

A UEFA, União das Federações Europeias de Futebol, estabelece um limite de valor e número de compras para que os times mantenham um jogo limpo, o chamado Fair Play financeiro. No entanto nos últimos anos o PSG e o time inglês Manchester City, que também é de posse de uma outra ditadura do petróleo, vem passado por cima dessa lei, comprando jogadores por valores absurdos, e no caso do Manchester City, comprando times inteiros ao redor do globo, já são mais de 7 clubes sob a logomarca City no planeta.

O futebol é o esporte mais praticado no planeta, move a paixão de milhões de torcedores ao redor do mundo, é inadmissível que essa paixão esteja sob o controle de ditaduras e interesses de conglomerados e empresas capitalistas. O esporte não pode estar ligado a um sistema que oprime e explora, o esporte e seus valores são intrinsecamente socialistas.

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