Alberto Corunha
SÃO PAULO – A comunidade Jardim Julieta está localizada na zona norte da capital paulista, surgiu no início da pandemia, a recessão econômica gerou aumento do desemprego e muitas famílias que não conseguiam mais pagar o aluguel se juntaram no terreno da SP urbanismo (público) conhecido por ser estacionamento de caminhões e também por juntar milhares de crianças da região que aproveitam o espaço plano e extenso para empinar pipas.
A estrutura em geral da comunidade foi feita pelos moradores, as famílias construíram a maior parte das casas com madeira reaproveitada, com muito trabalho de todos a comunidade vem se desenvolvendo, mas ainda há muitas demandas, sendo o risco de reintegração de posse pela justiça o maior temor.
Em uma das esquinas da comunidade havia um terreno que era área de descarte irregular de resíduos: muita sujeira, mato, bichos como ratos e até escorpiões. Em conversa com as lideranças da comunidade, tivemos o aval para início do projeto, sendo assim, nós Ato Verde em conjunto com os moradores, iniciamos um plano de ações para retirada do lixo e implantação de uma horta comunitária.
Considerando os altos índices de insegurança alimentar e a possibilidade de transformar um espaço que oferecia riscos aos moradores sobre tudo as crianças, nos empenhamos para realização da horta, mesmo sabendo que os alimentos colhidos nesse primeiro espaço não comportaria toda a demanda da comunidade, houve grande aceitação, muitas pessoas sempre passam para acompanhar a evolução dos canteiros.
No Brasil, mais de 125,6 milhões de pessoas não se alimentaram como deveriam ou já tinham algum tipo de incerteza quanto ao acesso à alimentação no futuro durante a pandemia de coronavírus. Coordenado pelo Grupo de Pesquisa Alimento para Justiça da Universidade Livre de Berlim, na Alemanha, em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e com a Universidade de Brasília (UnB), o estudo mostrou que 59,4% dos domicílios do país apresentaram algum grau de insegurança alimentar entre os meses de agosto e dezembro de 2020.
O primeiro passo para construção da horta foi uma vaquinha com apoiadores do Ato Verde para contratação de uma caçamba de lixo que foi retirada através de mutirão, após a limpeza do local foi realizado o cercamento do espaço com pallets.
A terra, o adubo e as mudas também foram recebidos através de doações. A primeira colheita foi realizada em um domingo, após distribuição de hortaliças em geral (alface, couve, rúcola, alface roxa) pela comunidade, ocorreu um almoço onde também foram utilizados os alimentos da horta.
Outros moradores da comunidade vem se interessando pela ideia e uma segunda horta foi construída, as lideranças também planejam lançar um espaço ainda maior para produção de alimentos.
Se você gostou da ideia e também acredita que as comunidades deveriam ser estimuladas à novas formas de subsistência, apoie através do Pix (11 95867 7837), também há hortas sendo iniciadas em outras comunidades, não temos apoio do governo e de empresas, todos os projetos são realizados com muito esforço através da união das pessoas que acreditam.
Apoie essa ideia por um um mundo mais justo e sustentável!