Na manhã desta sexta-feira (27), ocorreu a Jornada Nacional Contra a Fome e a Carestia do MLB (Movimento de Lutas nos Bairros, Vilas e Favelas) em Recife, onde as famílias das ocupações urbanas e periferias de Pernambuco marcharam até o Centro de Abastecimento e Logística do Estado de Pernambuco (CEASA-PE), para denunciar a política da fome, da morte e do desemprego deste presidente fascista e genocida.
Ao chegar ao local do ato, as mais de 400 famílias foram recebidas de forma violenta pelos seguranças terceirizados da CEASA-PE, localizada na BR 101 Sul, Km 70, Nº 550 – Curado, Recife. Os companheiros Serginaldo e Davi Lira, coordenadores do MLB, juntamente com outros integrantes do movimento, foram agredidos de forma covarde.
Os guardas usaram instrumentos usuais para intimidar a população como spray de pimenta e cassetetes, além da força bruta. Como se não bastasse, valeram-se de agressões físicas como chave de braço nas companheiras, mata leão e socaram o olho de um dos companheiros.
Concomitantemente, agrediram também crianças e jogaram spray de pimenta nos presentes. O MLB, além de lutar pela pauta do dia, solicitou abertura de sindicância interna à gerência do CEASA para averiguação dos fatos, bem como a punição dos agressores.
Depois de todo esse embate, as famílias conquistaram as cestas básicas e foi feito um ato político em frente à CEASA para denunciar a truculência e as demais mazelas da sociedade capitalista. Essa é uma das muitas lutas que o MLB vem travando. Continuaremos lutando, sendo porta voz daqueles que foram abandonados pelas ações do governo seja na esfera municipal, estadual e federal.
Quando as classes menos favorecidas decidem lutar pelos seus direitos, os opressores se insurgem, querendo abatê-los. Nos últimos atos ocorridos em Pernambuco, observa-se o uso exacerbado da violência seja por parte do poder publico através da Polícia Militar, seja por parte dos capitalistas, através de seguranças terceirizados da Ceasa-PE. Isso só nos indica que estamos no caminho certo. Nada e nem ninguém vai nos oprimir ou fazer-nos recuar em nossos objetivos de elevar a consciência da população.
Tomaremos às ruas quantas vezes forem necessárias é um direito nosso, que nos é dado pela Constituição Federal de 1988. Denunciaremos às amarras que fazem nosso povo sofrer injustamente. É desesperador ver o aumento da desigualdade social em nosso país, diante disso só nos resta uma opção, lutar.
Lutar para ter dignidade, habitação, saúde e emprego. Lutar para não fazer parte das estatísticas de morte, lutar para a vida melhorar. Aos opressores do povo, deixamos o nosso recado, venham de onde vier não nos deterão. Seguiremos firmes e fortes nesta luta, pois nossa meta é transformar essa sociedade em um lugar digno para todos os brasileiros viverem bem.
Débora Nunes – MLB de Jaboatão dos Guararapes-PE