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sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Medalhas do Brasil em Tóquio premiam luta histórica das pessoas com deficiência

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O paraibano Petrucio Ferreira, ouro nos 100m rasos na classe T47, é o atleta mais rápido da história na prova. Foto: Divulgação/CPB

Jogos Paralímpicos de Tóquio começaram no último dia 24. Brasil vem se destacando historicamente pelo alto número de recordes e medalhas. Desempenho dos brasileiros é fruto da luta das pessoas com deficiência por mais investimento no esporte contra o capacitismo.

Acauã Pozino, Rio de Janeiro

PARALIMPÍADAS – No último dia 24 de agosto, foram abertos os Jogos Paraolímpicos de Tóquio 2021. Até o momento foram 4 dias de competição, em que o Brasil já acumulou 6 medalhas de ouro de um total de 23. Além disso, Petrúcio Ferreira (medalhista de ouro no atletismo) entrou para a história da competição como o atleta mais rápido da história. A seleção masculina brasileira de Goalball vem obtendo muitas vitórias. A última foi sobre a Argélia, revertendo um placar de 3 a 0 em uma decisiva vitória do Brasil por 10 a 4. Sem falar na goleada de 5 a 1 da seleção feminina sobre a Lituânia, campeã da modalidade nos jogos do Rio de Janeiro em 2016.

Os resultados impressionam. Mesmo invisibilizados e com muito menos transmissão da mídia tradicional para além dos resumos e reportagens, muita gente se espanta com o desempenho dos atletas paraolímpicos. Exemplo disso é o recordo do Brasil de 72 medalhas em 2016 pouco divulgado na mídia. Com isso, brotam rapidamente as narrativas liberais que falam em “exemplo de superação”, “vencedores só por estarem lá”, entre outras frases prontas.

Brasil é potência paralímpica por causa da luta das pessoas com deficiência e investimento público

É fundamental destacar que a atual qualidade dos atletas paraolímpicos brasileiros é uma construção de anos de investimento estatal em projetos paradesportivos. Também há o estímulo a instalação de projetos em instituições de ensino especializadas, criação de centros de treinamento e associações de esporte e cultura como a URECE no Rio de Janeiro. A luta das pessoas com deficiência levou à criação do Centro de Treinamento Paraolímpico em São Paulo, além de investimentos no esporte em geral, a exemplo da Bolsa Atleta – cortada no ano passado pelo governo fascista de Jair Bolsonaro.

É comum a mídia dizer que os governos do passado “foram benevolentes” ao descobrirem essa informação. Mas na realidade, todos estes investimentos foram respostas à pressão e luta das próprias pessoas com deficiência. Isso aconteceu a partir da inserção desse segmento nos conselhos de pessoas com deficiência a nível municipal, estadual e federal e do avanço da consciência política da comunidade em geral.

Mesmo com um presidente fascista, nosso país ainda tem grandes conquistas no esporte paralímpico. Temos que nos lembrar que o avanço da luta anticapacitista constitui uma melhoria não só na vida das PcDs, que tem sua qualidade de vida consideravelmente melhorada tanto a nível físico e mental como econômico no caso do esporte, mas também um avanço para todo país.

Esporte paralímpico brasileiro é grande mobilizador da luta anticapacitista

Atletas e treinadores com deficiência desenvolvem técnicas e conhecimento sobre esportes. Pessoas com deficiência, historicamente empobrecidas pelo capitalismo podem expressar e difundir as melhores qualidades do nosso país. As 72 medalhas de 2016, e as 100 pretendidas para 2021, são a recompensa da história da luta anticapacitista que, embora tenha muita estrada a percorrer, nos mostra em Tóquio o quanto é benéfica para a luta de todo o povo brasileiro por sua emancipação máxima.

Numa sociedade socialista, a interrupção brusca desses investimentos com o golpe de 2016 nunca teria acontecido. Numa sociedade socialista, nossos atletas campeões seriam celebrados e não esquecidos, como faz o atual governo. E é apenas na sociedade socialista que os PCD’s terão emancipação completa, sendo reconhecidos não como um exemplo de superação ou alvo de pena, mas como os excelentes profissionais que podem ser e são.

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