Jean Siqueira
Não é de hoje que o transporte público de Jundiaí sofre com o cartel da máfia dos transportes constituída por 3 empresas regidas pela Transurb: as viações Jundiaiense, Leme e Três Irmãos. Com uma concessão pública que não é revista desde 2003 o povo jundiaiense vive à mercê da influência dessa máfia na política da cidade.
Em julho foram demitidos mais de 30 trabalhadores rodoviários por cobrarem seus justos direitos numa paralização que balançou a cidade, trabalhadores estes que não viam reajuste salarial há mais de 2 anos, e que cobravam também direitos iguais aos setores terceirizados da categoria, foram demitidos injustamente com alegação de “justa causa”, mesmo com o direito de greve sendo garantido pela Constituição Federal.
Essas demissões causaram não só a perca de direitos destes trabalhadores, o desemprego e a ameaça da fome para muitos, mas também um enorme caos no sistema de transporte. É comum ver os terminais lotados em horários de pico, onde o povo se desloca para o seu trabalho, com várias linhas sendo simplesmente ignoradas em seus horários previstos, pois não há pessoal suficiente para suprir a necessidade da cidade.
Tudo isso com um custo altíssimo para os usuários com uma das tarifas mais altas do país!
Uma das usuárias do transporte público se indigna ao falar do descaso da empresa com os passageiros, segundo Dona Eva “O meu ônibus vem cada vez mais cheio e demorado, principalmente quando vem de lá pra cá (sentido bairro centro), isso já faz alguns meses, e durante a pandemia piorou, né? Porque se não pode ter muita gente (junta) teria que ter mais ônibus pra não ter tantas pessoas assim, de manhã mesmo vai lotado com todos os vidros fechados, a empresa não se preocupa nem um pouco com os passageiros e nem com o motorista, né?” Relata a moradora de Jundiaí de 67 anos, que diz ver o domínio dessas empresas na cidade desde que se entende por gente.
A Unidade Popular e o Movimento Luta de Classes estiveram à frente da luta pela restituição dos postos de trabalhos destes trabalhadores, fazendo uma intensa agitação com o Jornal A Verdade e panfletos na garagem durante a madrugada na chegada dos rodoviários em seus postos de trabalho, denunciando a máfia dos transportes e apontando para uma luta sindical combativa que defenda o real interesse dos trabalhadores e não os abandone em momentos em que a luta por seus direitos é reivindicada pela própria categoria.
O transporte público deve servir ao povo e não à meia dúzia de empresários especuladores que utilizam de um serviço essencial da cidade como uma maneira fácil de lucrar e controlar a política local.