Por Redação Paraná
LUTA POPULAR – Há aproximadamente dois meses mais de 150 famílias ocuparam um espaço próximo a linha férrea, no bairro Cajuru, que fica entre a divisa de Curitiba e Pinhais. Durante anos, pedidos foram feitos por moradores locais solicitando a limpeza do terreno. A empresa responsável pela limpeza, denominada ‘’Rumo Logística’’ (operadora de logística ferroviária), não atendeu a esses pedidos e tampouco realizou os cuidados necessários com o local. Segundo os moradores, esse descuidado tornou o local e o perímetro próximo um ambiente para consumo de drogas e até mesmo prática de violência.
Diante do descaso, os moradores logo organizaram mutirões para roçar o local. Durante este processo, a associação de moradores da Vila Autódromo, que organizou a ocupação, foi atrás da verificação do registro de posse da área e, então, descobriu que um pedaço dessa área estava em nome da própria associação, enquanto a outra parte pertencia a uma rádio local chamada Rádio Cruzeiro do Sul de Curitiba.
O Jornal A Verdade foi até o local da ocupação para ouvir o relato dos moradores. Segundo Neemias Portella – Presidente da Associação de Moradores da Vila Autódromo, o local da ocupação faz parte de um projeto bilionário, onde pretende-se construir um “bairro conceito’’, com um viaduto incluso no projeto passando por parte do terreno que já abriga todas essas famílias. O “bairro conceito” pretende atender 8 mil moradores, e contará com bares, restaurantes, escritórios e lojas, além de um parque ao redor da pista do Autódromo Internacional de Curitiba, que irá encerrar as suas atividades em dezembro desse ano e terá sua pista reduzida.
Moradia e Luta de Classes
As famílias moradoras da ocupação são exemplos de luta da classe trabalhadora. Elton De Moraes Porto, Josiane Leite Custodio e sua filha Isabelle Leite Santana estão desde o início na batalha. Elton, portador de deficiência física, não mediu esforços para construir e aterrar seu terreno junto com sua companheira Josiane e sentem muito orgulho de sua nova conquista.
Já a Maria Cristina está construindo sua casa com seu marido, Waldeci Jamaica, e mesmo assim arruma tempo para ajudar os mais necessitados. Organiza produção e distribuição de marmitas, e rifas para dar um móvel ou eletrodomésticos para quem mais necessita.
Para o governo genocida de Jair Bolsonaro essas pessoas são ditas como ‘’vagabundos’’ enquanto a elite brasileira enche seus bolsos, enquanto o número de bilionários cresce e o povo passa fome. Mas essa é a realidade da classe trabalhadora, que luta pelo mínimo de sobrevivência, pois o neoliberalismo de Guedes e Bolsonaro não garantem o suficiente.
No caso da ocupação da Vila Autódromo em Curitiba, o que vemos é a mais pura face da burguesia local, que faz pouco caso da fome e não se importa com a classe trabalhadora, com os pobres e necessitados, nem que seja “passar por cima” com a futura construção de um viaduto e de um bairro conceito para a elite. Mas, as famílias da ocupação garantem: vai ter resistência!