UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

sexta-feira, 15 de novembro de 2024

Universidade de Passo Fundo (UPF) quer despejar estudantes em pleno natal

Outros Artigos

Foto: reprodução

Redação RS

A Reitoria da Universidade de Passo Fundo (UPF) através do Setor de Atenção ao Estudantil – SAES coordena o Programa Residência Compartilhada. Este programa surgiu como alternativa à falta de uma casa de estudante na universidade que pudesse abrigar os estudantes que não moram em Passo Fundo/RS, já que a UPF é um polo universitário na região norte do estado, com estudantes que residem em diversas cidades da região.

O Programa foi conquistado graças à luta dos estudantes na universidade que conseguiram pressionar a reitoria, junto com a antiga gestão (2019-2021) do Diretório Central dos Estudantes da UPF, dirigida pelo Movimento Correnteza. O programa funciona com uma parceria entre a Fundação Universidade de Passo Fundo – FUPF e a Fundação Beneficente Lucas Araújo – FBLA, onde os estudantes trabalham 8 horas semanais não remuneradas para não pagar aluguel dos apartamentos disponibilizados pela Fundação Lucas Araújo. O Programa hoje conta, segundo o SAES, cerca de 11 vagas.

Acontece que o SAES lançou um novo edital no mês de novembro para o programa e obrigou os estudantes que já participam e que foram selecionados se candidatarem novamente, ou seja, quem já passou e já morava na residência poderia ficar sem casa no fim do semestre, natal e ano novo. Isso se concretizou essa semana quando alguns estudantes – que preferiram não se identificar com medo de retaliação da universidade – do programa foram notificados por e-mail para deixar o apartamento que residem em até 30 dias, alegando de forma burocrática que os estudantes não se encaixam no edital excludente elaborado unilateralmente sem consulta aos estudante da universidade.

O Movimento Correnteza acompanhou os estudantes na sede do SAES para que os estudantes tentassem realizar uma reunião com setor, já que este se negava a recebê-los, porém depois de muito tempo os estudantes foram recebidos e não obtiveram nenhuma alternativa para resolver o seu problema de moradia e a UPF irá colocar estes estudantes na rua neste fim de ano.

Um dos estudantes que não quis ser identificado relata: “Depois de 3 anos lutando para conseguir entrar no PROUNI, no curso que era o meu sonho, de me mudar de cidade que fica a mais de 200 km da minha família, de mudar toda minha vida vou ser obrigado a desistir do curso e voltar para minha cidade, porque a universidade não nos dá alternativa nenhuma, em nenhum momento fomos procurados para saber como estávamos, estou desempregado procurando trabalho desde que cheguei na cidade e trabalhar em turnos diferente na Fundação (Fundação Lucas Araújo) já me prejudicava a conseguir trabalho. Quero que a universidade dê alguma alternativa para eu não desistir do meu sonho…”

A conjuntura para os estudantes na Universidade de Passo Fundo é de que a reitoria irá aumentar as mensalidades em quase 10% ano que vem. Hoje os estudantes sofrem com a falta de política e assistência estudantil, como Bandejão, Moradia Estudantil, etc. Um dos poucos programas que presta este serviço, que é o Programa Residência Compartilhada, que garantiu que estudantes pobres de fora de Passo Fundo/RS pudessem ingressar e permanecer na universidade está sendo destruído. Durante o ano de 2021 a militância do movimento correnteza recebeu relatos de outros estudantes que saíram do programa também por não conseguir emprego, por que eram obrigados a cumprir as 8 horas de trabalho de forma inflexível na Fundação Lucas Araújo. Além disso, são várias as denúncias de assédio moral por parte da coordenação do projeto.

O jornal A Verdade seguirá acompanhando a situação dos estudantes que estão sendo despejados e cobramos que a universidade dê alternativa para os estudantes não serem despejados em plena pandemia.

Conheça os livros das edições Manoel Lisboa

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Matérias recentes