Gabriel Fernandes – Uberlândia, MG
OPINIÃO – No último sábado, o Eterno Comandante, como é reconhecido na Venezuela, completou nove anos de sua partida e imortalidade. Hugo Rafael Chávez Frías, soldado e político venezuelano, Presidente da República Bolivariana da Venezuela e líder da Revolução Bolivariana, faleceu em 5 de março de 2013, no Hospital Militar de Caracas.
Visando resgatar a memória deste grande revolucionário, vamos relembrar a história do mártir, responsável por mudanças estruturais em parte da américa do sul e caribe:
Iniciou sua carreira na Academia Militar em 1971, e graduou-se em 1982 quando foi promovido a capitão e fundou, junto com outros oficiais subalternos, o Movimento Bolivariano Revolucionário 200 – MBR200, inspirado nas idéias do Libertador Simón Bolívar, Simón Rodríguez e Ezequiel Zamora, como uma alternativa popular contra os governos financiados pelos Estados Unidos.
Em 1992, Chávez, com a patente de tenente-coronel, junto com outros soldados do MBR-200, liderou um movimento insurrecional contra o então presidente Carlos Andrés Pérez (1989-1993), ditador neoliberal, que amargurava a Venezuela em uma crise sem precedentes. Esta tentativa de golpe, se deu durante as grandes manifestações do Caracazo, que foram articulações das massas contra as políticas econômicas do momento e, que impulsionaram a visibilidade dos grupos guerrilheiros. Infelizmente, Hugo não chegou ao seu objetivo, e acabou sendo preso por dois anos.
Após ser libertado, em 1994 fundou o Movimento Quinta República -MVR, uma iniciativa que propunha, na época, uma regeneração da democracia e à qual aderiram outras formações políticas de esquerda, e com cujo apoio Hugo Chávez concorreu às eleições de 1998. Após obter a vitória, tornou-se presidente da Venezuela, com a qual procurou consolidar a chamada Revolução Bolivariana, baseada no projeto de um socialismo do século XXI.
Ao assumir a Presidência, iniciou o que considerava a refundação do país, convocando a Assembléia Nacional Constituinte, com a qual foi criada a República Bolivariana da Venezuela. Com a mudança da Carta Magna, o então presidente revolucionou os costumes políticos, permitindo a inclusão da grande maioria dos venezuelanos, cujos direitos foram ignorados por muito tempo.
Em seu mandato pela consolidação do socialismo, Chávez enfrentou um golpe de Estado em 2002, no qual foi deposto por dois dias pelo industrial Pedro Carmona, mas foi reintegrado após uma reação popular em que milhões de pessoas saíram às ruas em seu apoio e em defesa da democracia. No entanto, a oposição não descansou na tentativa de derrubá-lo, seja por tentativas de desestabilizar seu governo ou convocando referendos revogatórios contra ele, como em 2004 Hugo Chávez foi ratificado como o primeiro presidente dos venezuelanos com 59,06% dos votos até então. Ao assumir um novo mandato, em 2007, Chávez começou a promover o socialismo do século XXI, e fundou junto com os movimentos que apoiavam sua administração uma nova força oficial: o Partido Socialista Unido de Venezuela -PSUV.
O governo continuou avançando em importantes programas sociais e desenvolvendo uma política internacional voltada para a configuração de um mundo multipolar, com iniciativas como a criação da Aliança Bolivariana para as Américas -Alba, e da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos -Celac.
Estes apontamentos, foram suficientes e necessários para que houvesse uma mão de ferro condutora contra as ameaças de expropriação imperialistas, principalmente na fortificação de um desenvolvimento nacional, que proporcionou a Venezuela na erradicação do analfabetismo, em 2005(UNESCO), e destacando-a como exemplo de combate a fome, em 2010(FAO). Logo, em menos de 10 anos, a Revolução Bolivariana triunfaria se destacando como um dos países mais prósperos de toda a América, tendo um aumento gradual dos índices sociais.
A luta histórica do comandante Chávez foi interrompida pela detecção em 2011 de uma doença que acabou sendo fatal. Em um discurso televisionado de Havana, Cuba, Chávez informou que estava se recuperando de uma operação realizada 10 dias antes na capital cubana para remover um “tumor abscesso com células cancerígenas”.
Em 21 de fevereiro de 2012, Chávez confirmou que tinha uma “nova lesão” na mesma área onde o tumor havia sido removido em junho. Ele foi operado novamente em Havana e tratado com radioterapia. Três meses depois de terminar esse tratamento, assumiu a tarefa de buscar mais uma reeleição consecutiva em uma campanha em que venceu as eleições de 7 de outubro com 55% dos votos.
Em 8 de dezembro – oito dias antes do PSUV garantir 20 dos 23 estados nas eleições para governador, Chávez anunciou que havia sofrido uma nova recaída e que teria que passar por outra cirurgia. Foi operado no dia 11 do mesmo mês, também em Havana, e desde então não voltou a ser visto em público.
O governo estava reportando em 2013 várias complicações em seu estado de saúde, até que houve a informação de sua morte. O Comandante tornou-se eterno no dia 5 de março, às 16h25, semeando seu corpo e seu legado dos povos da Venezuela, de toda Nossa América e daqueles que lutam por liberdade, soberania e autodeterminação.
O Socialismo que Chavéz lutou, que proporcionou a transformação da Venezuela em uma república bolivariana, sob a chamada revolução para eles, pode ser uma dúvida para os marxistas atuais. Mas que, daquela experiência, podemos afirmar que surtiu na autonomia do povo, de uma nação soberana e principalmente, emancipadora. Hugo Chávez, em sua imortalidade, será sempre lembrado como um dos representantes da resistência anti imperialista, hoje e sempre.
Viva Hugo Chávez! Viva a Venezuela!