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quarta-feira, 17 de abril de 2024

Transfobia faz mais uma vítima no Ceará

Izadora Lacerda | UJR-CE


FORTALEZA – Menos de um mês após a abertura da programação que celebrava o Dia da Visibilidade Trans em Fortaleza, mais uma jovem mulher é assassinada no Estado do Ceará. Na madrugada do dia 11 de fevereiro, o corpo de Sofia Gisely, de apenas 22 anos, foi encontrado com graves lesões em um terreno na Av. Osório de Paiva. Foi constatado que Sofia foi assassinada a pedradas.

No dia 29 de janeiro (Dia da Visibilidade Trans) a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) publicou que o Ceará ocupa o quarto lugar no ranking de assassinato de pessoas trans, com 11 casos registrados em 2021. É importante salientar que a maioria desses crimes possue elementos-chave em comum, como a brutalidade odiosa com a qual são cometidos e a omissão e a impunidade com a qual são tratados. O que nos lembra do caso de Keron Ravach, vítima de espancamento em Camocim, uma menina assassinada aos 13 anos de idade no ano passado.

A Secretaria de Articulação Política da Antra chama a atenção ao apagão de dados, queda dos registros e a displicência na coleta dos dados que dizem respeito aos crimes cometidos contra a população LGBTQI+. O pouco-caso que o Estado burguês e suas instituições fazem das vidas de pessoas transexuais, e a impunidade ofertada aos criminosos, reflete perfeitamente a condição na qual o sistema capitalista coloca esta população. A transfobia, a discriminação de qualquer minoria em geral, serve inteiramente ao regime de exploração. É fácil para um sistema que nos quer acorrentados nos massacrar quando somos colocados e colocadas enquanto cidadãos de segunda classe.

Na manhã do dia 15 de fevereiro, a União da Juventude Rebelião (UJR), a Unidade Popular (UP) e outros movimentos sociais se juntaram à Associação de Travestis e Mulheres Transsexuais do Estado do Ceará (Antrac) para protestar, em frente à Secretaria de Segurança Pública Estadual, a fim de denunciar os crimes cometidos contra a população trans no Ceará e exigir justiça por Sofia. É preciso assumir a palavra de ordem de lutar contra a transfobia e pelo socialismo.

Chega de alimentar a máquina burguesa de exploração que luta constantemente para condicionar nossos corpos e nossas vidas ao regime que desumaniza a classe trabalhadora e assassina cruelmente meninas e mulheres cotidianamente. Para combater as mazelas do capitalism, que, quando não ceifam as vidas LGBTQI+, as submete às margens da sociedade. É preciso armar o povo com seu trunfo: a organização. Organizar e lutar, por Sofia e por todas que se foram antes dela.

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