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Leonardo de Carvalho*
Todos os anos, os meses de março e abril costumam ser os que as empresas de transporte público de Passo Fundo apresentam suas propostas de reajustes tarifa dos ônibus na cidade. Todo ano os grandes empresaŕios contam sempre a mesma história: “as empresas estão cheias de dívidas”, “os preços dos produtos subiram”, “cada vez menos gente pega ônibus”, “está insustentável manter o serviço”… “precisamos subir o preço das passagens por isso”.
A alegação desta vez é que o preço do diesel irá impactar no aumento de custos. Utilizam como argumento também o aumento do preço do petróleo, que impacta sobre outros materiais como pneus, e que dessa forma só um aumento de valor na passagem pode resolver esse problema.
O verdadeiro responsável pelo aumento do preço dos combustíveis e do petróleo, que é matéria-prima de vários itens, é a política de preços que o Governo Bolsonaro vem adotando na Petrobras, que visa garantir a entrega do patrimônio público para as grandes empresas de petróleo estrangeiras e que o povo pague pela crise.
Hoje, Passo Fundo já possui uma das passagens mais caras do estado do Rio Grande do Sul, custando R$4,75 e a partir de segunda terá a passagem a R$5,50.
Para termos uma ideia, a passagem de ônibus de Passo Fundo é mais cara do que cidades como, Salvador e São Paulo (R$4,40), Belo Horizonte, Curitiba, Florianópolis (R$4,50) e Rio de Janeiro (R$4,05), Porto Alegre R$4,80 e outras.
Fato ainda é que mal retornaram às aulas presenciais nas escolas estaduais e das grandes universidades da cidade, como UPF – Universidade de Passo Fundo e IMED – Instituto Meridional, a diretoria da empresa privada coleurb quer impor um aumento de tarifa à população, quer claramente jogar sobre a juventude, os estudantes mais pobres e povo, o preço da crise que os ricos criaram no país. E mais ainda, que impor um aumento da passagem para aproveitar a maior circulação de passageiros com a volta às aulas presenciais para garantir os lucros dos grandes empresários do transporte.
O transporte público ser tratado como mercadoria é que torna-o insustentável.
Por isso é necessário tratá-lo como um direito social e controlado pelo povo, só assim poderemos ter um transporte público de qualidade!
*UJR – Passo Fundo/RS