Diretora persegue estudantes e professores em escola de Diadema (SP)

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EDUCAÇÃO. Estudante realiza fala durante ato pelo Fora Bolsonaro. (Foto: ARES ABC)

Desde o início do ano letivo, estudantes e professores estão sendo perseguidos e assediados pela diretora Aline Mengile, da Escola Estadual Sylvia Ramos Esquivel, em  Diadema. Segundo relatos, a gestora pratica diversos tipos de coação, acusações e ameaças contra os membros da comunidade escolar.

Redação São Paulo com informações do MLC e da ARES ABC.


DEMOCRACIA. Estudantes, professores e representantes sindicais realizam ato por democracia em frente à escola Sylvia Ramos Esquivel. (Foto: A Verdade)

A Associação Regional dos Estudantes Secundaristas (ARES ABC) e o Sindicato de  Professores (Apeoesp Diadema) convocaram uma manifestação em defesa dos estudantes e professores perseguidos para a próxima quinta-feira (14) às 15:00 na Diretoria de Ensino de Diadema, localizada na R. Cristóvão Jaques, 113 – Vila Nogueira, Diadema.


JUVENTUDE. Diretores da ARES passando em sala para ajudar a organizar a eleição do grêmio. (Foto: ARES ABC)

SÃO PAULO – O assédio moral e a perseguição são práticas comuns nas escolas estaduais de São Paulo. Os diretores das instituições, indicados pelo Governo Estadual, utilizam dessa prática para garantir a execução da política de destruição da educação pública do PSDB, que governa o Estado há mais de 20 anos. Assim, professores e estudantes que estão apenas cumprindo seu papel dentro da instituição e buscando garantir a qualidade do ensino, passam por graves ataques.

Desde o início do ano letivo, estudantes e professores estão sendo perseguidos e assediados pela diretora Aline Mengile, da Escola Estadual Sylvia Ramos Esquivel, em Diadema. Segundo relatos, a gestora pratica diversos tipos de coação, acusações e ameaças contra os membros da comunidade escolar.

Apesar de ser prática comum, na E. E. Sylvia Ramos Esquivel a situação de assédio tem impossibilitado o funcionamento da escola. Segundo membros da comunidade escolar a Diretora desistiu de cumprir suas funções e passa o tempo de trabalho coagindo professores e estudantes. 

Só nesse início de ano, várias situações graves ocorreram: professores foram processados pela direção com acusações mentirosas após questionarem um aluno que filmava indevidamente as aulas e divulgava na internet com discursos de ódio e violência; alunas LGBT+ foram expostas à seus pais pela direção da escola com utilização de imagens das câmeras internas da instituição; estudantes foram obrigados a mostrar suas mensagens pessoais para comprovar que não tinham relação com o movimento estudantil; aulas foram canceladas e estudantes orientados a não irem para a escola por medo da direção de que os mesmos se manifestassem contra os assédios; a polícia foi chamada para expulsar da escola membros do movimento estudantil; professores estão sendo enviados à delegacia para prestar esclarecimentos sobre suas atividades dentro da sala de aula e uma professora está sendo ameaçada de exoneração por participar de uma manifestação do sindicato.

A situação piorou depois que professores e estudantes começaram a se organizar para enfrentar essas injustiças

LUTA POR DIREITOS. Professores realizam manifestação pela garantia do cumprimento do piso salarial. (Foto: Alexandre Linare)

A Associação Regional dos Estudantes Secundaristas do ABC (ARES ABC), que tem apoiado a organização dos alunos e a formação de um grêmio livre das intervenções da diretoria, tem sido acusada em notas da direção de “entidade neo-terrorista e criminosa” e seus membros denunciados e tendo que prestar depoimentos na Delegacia de Polícia.

O sindicato, que esteve na escola para conversar e defender os professores que participaram de uma paralisação estadual da categoria para reivindicar reajuste salarial, foi expulso da instituição, também com uso da força policial.

Enquanto transforma o dia a dia de estudantes e professores em um verdadeiro inferno, a diretora não cumpre o básico de suas funções. Segundo alunos da instituição, faltam professores e um dos motivos são os vários motivos de afastamento de profissionais que não suportam o assédio moral no trabalho. Além disso, professores e estudantes têm que custear os materiais de atividades eletivas da escola, pois a diretora perdeu o prazo para compra dos mesmo, apesar de ter recebido a verba para fazer a aquisição.

Apesar dos ataques, trabalhadores e estudantes seguem se organizando. A chapa perseguida pela direção durante as eleições do grêmio venceu o pleito com apoio dos estudantes e se comprometeu com a luta contra o assédio, por mais verbas para educação e por garantia de merenda. O conselho escolar aprovou em sua última reunião o repúdio às ações da direção e o fim imediato das perseguições e ameaças de exoneração de professores e entidades, como APEOESP e ARES ABC.

Apoiadores, parlamentares, sindicatos e membros da sociedade civil, marcaram uma ato na Diretoria de Ensino de Diadema às 15 horas da próxima quinta-feira, dia 14 de abril, reivindicando o fim do assédio, a permanência dos professores, a liberdade do movimento estudantil e a saída de Aline Mangile da direção da escola.