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quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Moradores do Jacarezinho lutam contra despejos e aumento dos aluguéis

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Com o alto custo do preço dos aluguéis e o aumento dos despejos, moradores da comunidade do Jacarezinho, no Rio de Janeiro, lutaram por habitação e pelo cumprimento das promessas de construção de moradias feitas pelo Governo Estadual.

Igor Barradas | Redação RJ


RIO DE JANEIRO Levando faixas como “Governador, para onde foi os 500 milhões?”, em questionamento de onde foi o dinheiro investido no Programa “Cidade Integrada”, os moradores do Jacarezinho fecharam, nesta quarta-feira (15), a Avenida Dom Helder Câmara, um dos principais eixos viários da Zona Norte do Rio de Janeiro.

A manifestação teve como principal reivindicação que o Governo Estadual cumprisse com a promessa de habitações realizadas desde o ano passado e encerrasse os despejos na periferia. 

Ocorre, no Rio de Janeiro, uma enorme repressão às ocupações urbanas com despejos forçados de comunidades inteiras. Há mais de uma década, cerca de 1,4 mil famílias que lutavam por um pedaço de chão para viver foram vítimas de agressões policiais e perderam suas habitações. Essas famílias foram despejadas durante o governo de Sérgio Cabral, com a promessa de que seriam beneficiadas pelo programa Minha Casa, Minha Vida. 

Essa promessa nunca foi realizada, e as famílias permanecem sem moradia.

A farsa do projeto Cidade Integrada

Os moradores denunciam que outro projeto, chamado “Cidade Integrada”, do Governo Estadual do Rio de Janeiro, nunca foi concretizado. O Governo afirma que iria realizar obras no Jacarezinho, criando 120 novas unidades habitacionais. Entretanto, os governantes não construíram nada que ajudassem o povo. Como sabemos, isso não passa de mais uma mentira. 

O governo fluminense pouco se importa com a população pobre e sem moradia. Pelo contrário, se alia com os ricaços que enriquecem através da especulação imobiliária, isso é, “quando o proprietário de um imóvel (terreno ou construção) deixa esse bem abandonado ou subutilizado de propósito, aguardando sua valorização, para posteriormente vendê-lo ou alugá-lo por um valor mais elevado.” (As Propostas do MLB para a Reforma Urbana)

Além disso, construir somente 120 moradias em uma cidade que tem pelo menos 15 mil pessoas em situação de rua, é um absurdo! Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Rio de Janeiro é a cidade brasileira com o maior percentual de sua população vivendo em favelas: 22,03%. Isso corresponde a mais de 1,3 milhão de pessoas. Isso é próximo a um terço do número de habitantes do município, em torno de 6 milhões. Portanto, esse número de habitações que o governo pretendia construir é muito baixo e não solucionaria os problemas enfrentados pela população do Jacarezinho.

Acabar com o uso do espaço urbano como fonte de lucros para poucos

É claro que a construção dessas poucas casas não resolverá o grave problema da falta de moradia que a população enfrenta. Na verdade, a característica fundamental do regime capitalista é a luta de classes entre os exploradores e os explorados. Dessa forma, resta como solução a luta dos que sofrem com a falta de moradia contra os poucos banqueiros e especuladores que causam essa verdadeira crueldade contra o povo brasileiro.

Não é muito mais prudente destinar os imóveis abandonados para resolver o déficit habitacional, realizando então uma profunda reforma urbana? Escrevendo sobre a questão da moradia, Engels declarou que: “enquanto existir o modo de produção capitalista, será loucura querer resolver isoladamente a questão da moradia ou qualquer outra questão social que afete o destino dos trabalhadores. A solução está antes na abolição do modo de produção capitalista, na apropriação de todos os meios de vida e trabalho pela própria classe trabalhadora” (Sobre a Questão da Moradia)

Por tudo isso, deve ocorrer uma transformação radical nas estruturas do Brasil. Essa transformação é uma revolução socialista, uma revolução social que encerrará a fome, o desemprego, a exploração do homem e o uso do espaço urbano como fonte de lucros para poucos.

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