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sábado, 20 de abril de 2024

Revolta no Equador contra a prisão de liderança indígena

Gustavo Rebelo
Salvador-BA

A liderança indígena Leonidas Iza Salazar, presidente da Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (CONAIE), foi detida na madrugada da última terça-feira (14) durante os protestos em massa que tomam curso no país andino.

Os movimentos populares, em especial a CONAIE, tomaram as ruas em uma grande paralisação nacional contra a escalada dos preços dos combustíveis, a falta de empregos, concessões de minérios em territórios nativos, dentre outras medidas anti-populares do governo de direita do banqueiro, e atual presidente da República, Guillermo Lasso.

O presidente da CONAIE Leonidas Iza é preso político do governo de Guillermo Lasso (Cristina Vega RHOR / AFP)

Assim, sob a alegação de “vandalismo”, as autoridades locais detiveram Leonidas, o que provocou a marcha de milhares de militantes dos movimentos indígenas em direção à Procuradoria da província de Cotopaxi, cercando o prédio e exigindo sua libertação imediata.

A mobilização surtiu efeito: após 24h da prisão ilegal, a Justiça equatoriana decretou a liberdade de Leonidas. Mesmo após a investida autoritária por parte do governo, a CONAIE anunciou que seguirá com a paralisação nacional, até que a Presidência responda às dez demandas da organização. São elas:

  1. Redução e interrupção dos aumentos dos preços dos combustíveis;

  2. Moratória mínima de um ano e renegociação das dívidas de mais de 4 milhões de famílias;

  3. Preços justos para os produtos do campo: leite, arroz, batatas etc.;

  4. Emprego e manutenção de direitos trabalhistas;

  5. Suspensão da ampliação da fronteira mineradora e petroleira, auditoria e reparação integral dos impactos ambientais;

  6. Respeito aos direitos coletivos indígenas;

  7. Interrupção das privatizações de setores estratégicos da economia (Banco del Pacífico, hidroelétricas etc.);

  8. Política de controle de preços e da especulação dos produtos de primeira necessidade;

  9. Investimento urgente nos hospitais que carecem de insumos, medicamentos e pessoal, além da garantia de acesso dos jovens ao ensino universitário;

  10. Desenvolvimento de políticas públicas efetivas contra a violência, o crime organizado etc.

A Unidad Popular, partido de esquerda com grande peso político no país, emitiu nota oficial declarando que: “Demandamos do presidente da República Guillermo Lasso, o respeito irrestrito às mobilizações realizadas pelo povo equatoriano. O direito à resistência, assim como à liberdade de organização e manifestação, são direitos constitucionais que nos assistem quando os governantes descumprem as demandas do povo equatoriano.”

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