Vitória Louise
Salvador-BA
Em uma das panfletagens da Unidade Popular dentro do ônibus a caminho da Universidade Federal da Bahia (UFBA), enquanto falávamos da necessidade de construir uma política que batesse de frente contra os ricos, os banqueiros e os grandes empresários e lutasse contra as injustiças desse sistema capitalista, uma trabalhadora desempregada nos pediu ajuda. “Trabalhei no Restaurante Universitário para a empresa Acesso e estou a dois meses sem receber, apenas de promessa. Eu e mais dez trabalhadores fomos demitidos por exigir os nossos direitos trabalhistas e não concordar com os absurdos que a empresa nos colocava. Vocês precisam ajudar a gente! Estamos indo lá para cobrar uma resposta porque todos os responsáveis têm nos ignorado”. Descemos do ônibus e combinamos de acompanhar a conversa. A fila do Restaurante Universitário já começava a ter gente por volta das 9h, então quando a empresa pediu para conversar à portas fechadas com os trabalhadores demitidos por volta das 11h, já havia mais de 100 estudantes aguardando a abertura do restaurante. Assim, os companheiros militantes do movimento Correnteza, foram até a fila para denunciar o que estava acontecendo. “Nós estamos aqui porque os trabalhadores do R.U. foram demitidos há dois meses e estão sem rescisão até agora”. A partir disso, iniciou-se uma assembleia onde os trabalhadores denunciaram todos os sufocos que a empresa os fazia passar, também os estudantes reclamaram do tamanho da fila, da falta de comida em muitos casos (responsabilidade da empresa) e da precarização das políticas de permanência estudantil. Assim, que todos falaram os militantes do Movimento Correnteza convidaram todos que estavam ali a ocupar o restaurante com a reivindicação que se pagasse a rescisão dos trabalhadores demitidos e iniciou-se uma manifestação com palavras de ordem exigindo melhores condições.
O vice-reitor apareceu e prometeu acatar as reivindicações dos estudantes e dos trabalhadores, também dizendo que faria uma reunião com os trabalhadores demitidos para que os problemas fossem resolvidos ainda naquele dia. Ao fim da tarde desse mesmo dia, recebemos a informação de que pagaram a rescisão e realizaram o acordo de pagar as cestas básicas (que estavam atrasadas).
Esse é mais um dos inúmeros exemplos de como a campanha pelo poder popular pode (e deve) ser uma forma de colocar o povo trabalhador no centro do projeto político do Brasil. A única coisa que temos a perder quando deixamos de agitar um projeto revolucionário, é a oportunidade de organizar revolta e a luta contra as injustiças que existem na sociedade capitalista. Somente a construção diária do programa popular pelo socialismo é que podem responder às angústias que a nossa classe, a classe trabalhadora, enfrenta diariamente.
Aqui em São Paulo/SP, através do Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal em São Paulo, Sintrajud-SP, por vezes, vemos ações contra os trabalhadores serem desfeitas, revogadas, graças à união dos trabalhadores.
Neste sentido, parabenizo os camaradas, da Unidade Popular por apoiar estes trabalhadores que estão sem proteção, sem sindicato sério. E não há dúvidas que apenas os trabalhadores podem salvar os trabalhadores.
Parabéns à UP.