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quinta-feira, 10 de outubro de 2024

Na ONU, 185 países pedem o fim do embargo dos EUA a Cuba

A resolução intitulada “Necessidade de acabar com o bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América contra Cuba” foi aprovada por quase unanimidade das nações do mundo. Essa é a 31ª vez que a ONU aprovou um pedido para que o embargo, que vigora há 60 anos, acabe. EUA e Israel votaram contra a resolução e Brasil e Ucrânia se abstiveram. 


Igor Barradas | Redação RJ

INTERNACIONAL Nesta quinta-feira (3), a Assembleia Geral da ONU aprovou novamente, por 185 votos favoráveis, com o voto contrário dos Estados Unidos e Israel e abstenções do Brasil e Ucrânia, uma resolução apresentada por Cuba que pede o fim do embargo americano imposto há 60 anos. 

Durante 30 anos, o governo cubano apresentou relatórios sobre os impactos do embargo no país para o pleno da ONU. O projeto de resolução votado manifesta preocupação com a manutenção do embargo econômico e seus efeitos negativos sobre a população cubana.

Essa é a trigésima primeira vez, desde 1992, na qual se aprova uma resolução que pede o fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos EUA contra Cuba e defende a igualdade soberana dos Estados, a não ingerência em seus assuntos internos, fim das limitações financeiras impostas à ilha, liberdade de comércio e de navegação.

Assembleia denuncia crimes cometidos contra Cuba

A resolução aprovada, A/77/L.5, intitulada “Necessidade de acabar com o bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América contra Cuba” denuncia os crimes cometidos contra o povo Cubano através do bloqueio. O diplomata venezuelano, Joaquín Pérez Ayestarán afirmou na Assembleia que o bloqueio à Cuba “Trata-se de um castigo coletivo, cujos efeitos são claros crimes de lesa humanidade.”

O bloqueio comercial, econômico e financeiro dos Estados Unidos é um bloqueio desumano, criminoso e ilegal. Ele é praticado de forma violenta, violando a Carta das Nações Unidas e o direito internacional, desconsiderando inúmeras resoluções votadas na ONU. Neste sentido, os Estados Unidos da América promovem um verdadeiro estado de terror contra o povo cubano, de forma semelhante ao Apartheid na África do Sul. 

O Ministro cubano das Relações Exteriores, Bruno Rodríguez Parrilla, afirmou no pleno da Assembleia que o bloqueio é genocida: “Mais de 80% da população cubana atual nasceu sob o bloqueio. Três décadas se passaram desde que esta Assembleia começou a exigir, todos os anos, a cessação dessa política, tipificada como um ato de genocídio e que tem o efeito “de uma pandemia permanente, de um furacão constante” e é universalmente rejeitada. É um ato deliberado de guerra econômica com o objetivo de impedir a receita financeira do país, destruindo a capacidade do governo de atender às necessidades da população, causando o colapso da economia e criando uma situação de ingovernabilidade. Como o secretário de Estado adjunto Mallory propôs em 1960, busca “provocar decepção e desânimo…, reduzir salários…, causar fome, desespero e a derrubada do governo”. 

Objetivo do bloqueio é impedir avanço do socialismo na ilha caribenha

Em 1959, Cuba iniciou o processo da construção do socialismo no país, expropriou os burgueses e donos de terra. Iniciaram dois anos depois a alfabetização de seu povo, realizaram reforma agrária, universalizaram o ensino, as atividades esportivas e o ensino superior. Cuba revolucionou seu método de saúde e ensino de medicina, o que lhe permitiu organizar o melhor e mais eficiente sistema de saúde do continente e ajudar a salvar vidas em outros países. 

De fato, enquanto os países imperialistas bombardearam países dependentes através de guerras, dizimando famílias e destruindo lares, Cuba enviou missões humanitárias de saúde a diversos países do mundo, utilizando o medicamento “Interferon Alpha2B Humano Recombinante” nos enfermos e contribuindo efetivamente para o tratamento de pessoas com COVID-19.

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