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domingo, 22 de dezembro de 2024

Livro Obras Escolhidas de Che Guevara é lançado em Porto Alegre

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Claudiane Lopes | Redação RS


TEORIA MARXISTA – No dia 26 de novembro, vários estudantes, professores e lideranças dos movimentos sociais lotaram o auditório do Sindicato dos Municipários em Porto Alegre, para o lançamento do livro “Obras Escolhidas do Ernesto Che Guevara” organizado pelas edições Manoel Lisboa. Essa atividade foi organizada pela Associação Cultural José Martí do Rio Grande do Sul e pela União da Juventude Rebelião – UJR. 

A cerimônia de lançamento contou com a participação de Edival Nunes Cajá, sociólogo, ex-preso político e membro do Comitê Central do Partido Comunista Revolucionário, que prefaciaram o livro. O livro é uma homenagem à vida, lutas e ideias do guerrilheiro Che Guevara, símbolo da Revolução cubana que nos inspira até hoje. 

Na mesa de abertura do lançamento estiveram presentes: Cauã Roca da UJR; Priscila Voigt – Presidenta Estadual da Unidade Popular; Nana Sanches do Movimento de Mulheres Olga Benario e Sarah Domingues – Diretora de Relações Internacionais da União Nacional dos Estudantes. No início do evento foi lida a carta da cantora Elis Regina que fez quando Cajá esteve preso na Ditadura Militar em 78. A atividade ainda contou com uma linda apresentação cultural de Josué Krug que cantou a música “CA-JÁ” de Caetano Veloso.

Cajá retratou a acerca do momento atual no qual estamos vivendo e a atualidade do pensamento de Che Guevara para transformar essa realidade. “As ideias de Che são para nós lutadores sociais uma arma frente o avanço do fascismo e da extrema-direita em nosso país, esse é o primeiro passo que possamos dar, nos imbuirmos das ideias socialistas para nos guiar para as lutas futuras” afirma o camarada. 

A militância da UP e da UJR saíram muito felizes com a presença de Cajá. Muitos só conheciam o companheiro pelos relatos históricos e tiveram a oportunidade de aprender e se fortalecer ideologicamente para a militância revolucionária. Nessa noite foram vendidos 40 livros do Che Guevara demonstrando a sede por conhecimento pelas ideias revolucionárias na capital gaúcha. 

Encontro da Memória, Verdade e Justiça, ocorrido em Porto Alegre, no fim de novembro. Foto: Gustavo Ramos

Encontro pela Verdade, Memória e Justiça

Antes do lançamento do livro foi realizado uma atividade “Café por Justiça, Memória, Verdade e Democracia” com presença de Jair Lima Krischke – Presidente do Movimento de Justiça e Direitos Humanos do Rio Grande do Sul; Edival Nunes Cajá – Ex-preso político e do Comitê Central do Partido Comunista Revolucionário; Ubiratan de Souza (Bira) – Ex-preso político e da Direção do Partido dos Trabalhadores; Ricardo Haesbaert da Associação Cultural José Martí e Pedro Ruas – Vereador do PSOL. A roda de conversa teve a participação de lideranças estudantis e de movimento sociais. 

Esse grandioso encontro relatou as lutas travadas durantes os 21 anos de Ditadura Militar no Brasil. Seja enfrentando os porões da tortura ou na linha de frente das denúncias dos crimes ocorridos naquela época. Destaque para Krischke (Ex-funcionário do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), ele teve atuação decisiva no esclarecimento do sequestro dos uruguaios Universindo Díaz e Lilian Celiberti por militares). Ele diz “Há um retrocesso nos direitos humanos no País, a difusão de noções distorcidas sobre os direitos humanos se agravou no governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), principalmente por ele louvar Ustra, isso fazer apologia ao crime. Tortura é um crime hediondo. É lamentável que alguém tenha um comportamento desse. Isso é grave e preocupante”. 

Atividade como essas é de extrema importância diante da conjuntura que estamos vivendo de uma tentativa de mais um golpe militar em nosso país, ganhamos as eleições, porém não acabamos com o bolsonarismo declarou Ubiratan. O movimento pela Verdade, Justiça, Memória e Reparação histórica tem objetivo de prestar contas com o povo brasileiro sobre um período histórico que aparentemente terminou em 1985, mas que os efeitos permanecem atualmente. Nenhum torturador, Chefe de Estado e patrocinadores do Golpe Militar não foram julgados e punidos, isso é uma chaga aberta que até hoje influencia no cotidiano da nossa nação e é uma ameaça a nossa frágil democracia. 

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