Movimento Olga Benário do Ceará é exemplo de firmeza e perseverança

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Redação Ceará

As mulheres sempre são as principais vítimas da miséria e da violência na sociedade brasileira e organizar essas oprimidas torna-se, assim, uma tarefa urgente e necessária. Ainda mais com a fome invadindo as casas delas todos os dias. São mães trabalhadoras que enfrentam a dura tarefa de garantir o pão de cada dia, tendo, ao mesmo tempo, que suportar as mais diversas formas de violência. 

No Ceará, quase toda semana uma mulher trabalhadora é assassinada. Centenas de desempregadas estão sem perspectivas e mães aguardam algum auxílio para manterem o mínimo de comida para seus filhos. Por isso, o Movimento de Mulheres Olga Benario atua, organiza e luta com essas aguerridas para vencer todos esses desafios. Fazem isso unindo seus esforços com outros movimentos, particularmente o Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas. Foi assim (e sempre será) na luta pela moradia e nas ocupações por creches para os filhos e as filhas das trabalhadoras. Nesse combate sofrem os mais diferentes tipos de ataques, mas nunca se intimidam. 

Recentemente, as bravas e combativas lideranças cearenses do MLB e do Olga sofreram os mais baixos, repugnantes, misóginos e fascistas ataques, após o legítimo Ato Nacional Contra a Fome, no dia 17 de dezembro de 2022, em Fortaleza, liderado pelo MLB. Particularmente, as camaradas Jocelma Vieira, liderança do MLB, e Catarina Matos, coordenadora do Olga, foram acusadas de criminosas e ameaçadas de morte. Utilizaram fotos pessoais da companheira Catarina, reproduziram seu vídeo de apoio ao ato e difundiram milhares de notícias falsas, compartilhadas também no perfil do diretor fascista da Rede TV, Marcelo de Carvalho e numa rede social de Carlos Bolsonaro. Tentaram acessar seus amigos e familiares, ameaçaram invadir sua casa e por muitos dias estiveram, incansáveis, numa perseguição desmedida à sua integridade física e mental. Chegaram ao cúmulo de invadir as redes sociais do Movimento de Mulheres no Ceará com centenas de comentários violentos e mensagens de ódio, difamando nossa liderança e sua luta.

Por quê? Porque elas estavam defendendo o fim da fome e denunciando o capitalismo! Pra que todas as mulheres cearenses pudessem ter um Natal digno, compartilhando o pão. O ato, realizado no Supermercado Cometa, foi alvo desses brutais ataques dos fascistas de plantão, os mesmos que apoiaram o governo genocida e agora, mais uma vez, promovem golpes e ataques contra a democracia. 

O Movimento de Mulheres Olga Benario e o Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas têm profundo orgulho e confiança nessas combativas e aguerridas mulheres. Jamais aceitaremos que esses ataques manchem nossa história de luta. A fúria fascista contra as mulheres que lutam tem duas razões: a primeira, defender a “sagrada propriedade privada” dos grandes empresários; a segunda, reproduzir o machismo arraigado na sociedade, nunca aceitando que mulheres possam e tenham plenas condições de lutar e conquistar vitórias.

Aos fascistas, seus apoiadores e seus financiadores só restará o lixo da história. Pensam que seus ataques impedirão nossa luta e a conquista de uma sociedade justa e igualitária. Estão enganados! Para cada mensagem de ódio e mentira, lhes responderemos com mais organização e combatividade. Para cada ameaça, uma nova mulher consciente do seu papel na transformação social. Não recuaremos e cerraremos fileiras com todas as trabalhadoras. Reafirmamos, com todo fervor: Não passarão!

Matéria publicada na edição nº 264 do Jornal A Verdade