Trabalhadores terceirizados da UFRJ exigem pagamento de salários e lutam contra o assédio dos empresários 

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As denúncias de assédios partindo dos patrões chegaram até as instâncias mais altas da Universidade Federal do Rio de Janeiro, vocalizando os absurdos vividos pela categoria dos terceirizados da Universidade. 

Lucas Peruzzi e Samuel Carvalho | Rio de Janeiro


TRABALHADOR UNIDO O ano de 2022 não foi um ano nada fácil para a educação brasileira. As Universidades brasileiras vivenciaram no último ano do governo fascista de Bolsonaro, os piores ataques e os menores orçamentos dos últimos 10 anos. Bolsonaro tentou fechar as Universidades Públicas asfixiando o orçamento da pesquisa, das bolsas de assistência estudantil e acadêmica, além de inviabilizar os investimentos para que qualquer a expansão do ensino superior fosse possível.

Durante esse período, em diversos momentos, não só os universitários que dependiam das políticas de bandejão, ou de suas bolsas ficaram sem saber o que comer, mas também uma parcela historicamente inviabilizada na sociedade: os trabalhadores terceirizados.

No cenário de cortes, as empresas terceirizadas que muitas das vezes possuem, segundo o contrato com a Universidade, o dever de pagar os salários dos serviços prestados e atestados pela UFRJ recuam e não efetuam os devidos pagamentos. Transferem para esses trabalhadores, unicamente o dinheiro da passagem para que mesmo sem receber pelo trabalho do mês anterior não paralisem o trabalho.

Após ocorrerem episódios como esse, a Associação dos Trabalhadores Terceirizados da Universidade (Attufrj) com apoio do Sintufrj (Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação da UFRJ) e do DCE Mário Prata realizaram várias mobilizações e manifestações para exigir a garantia dos direitos, junto aos trabalhadores. 

As denúncias de assédios partindo dos patrões chegaram até as instâncias mais altas da Universidade Federal do Rio de Janeiro, vocalizando os absurdos vividos pela categoria dos terceirizados. 

Empresas reagem com ameaças e perseguição

Diante do não recebimento dos salários, trabalhadores se somaram às movimentações para cobrar resoluções da UFRJ e, por reivindicarem seus direitos, uma parcela grande passou a ser assediada e perseguida pelos respectivos representantes locais da empresa nos prédios da universidade.

Porém, encorajados pela indignação coletiva, os terceirizados situados na Ilha do Fundão se reuniram,  no último dia 19, no Centro de Tecnologia (CT) para dar uma resposta, denunciando o assédio e o abuso por parte da empresa e exigindo seus salários. Com cartazes e palavras de ordem, saíram do CT à caminho da PR6, Pro Reitoria responsável pela operação dos processos administrativos relativos a licitações e contratos da universidade.

Com o apoio da ATTUFRJ do DCE, os terceirizados se reuniram com a PR6 e expuseram suas denúncias contra a empresa: salários atrasados, homofobia, demissão de empregados com mais de 20 anos de universidade e perseguição.

Ao tomar conhecimento das denúncias, a PR6 decidiu que o contrato com a empresa seria rescindido e os funcionários que se manifestaram de maneira legítima não poderiam ser demitidos de nenhuma maneira. Uma nova reunião está prevista para acontecer nos próximos dias entre a Attufrj e a UFRJ.