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sábado, 16 de novembro de 2024

Rodrigo Fuscaldo, presente!

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Henrique Vieira, Nana Sanches e Vinícius Stone | Porto Alegre (RS)


MEMÓRIA – A vida nem sempre é o que nós achamos que ela deveria ser, mas, meu amor, você está onde todos nós gostaríamos de estar, na fileira dos heróis que para sempre serão lembrados. Sempre lembraremos de você desse jeito, um lutador incansável e imbatível até o último suspiro. Essa parte sua, em nós, jamais irá morrer. Você é formidável para mim” – Bruno Veber, companheiro de vida e de luta de Rodrigo Fuscaldo.

Este artigo tem como objetivo apresentar ao conjunto da militância revolucionária, dos movimentos sociais, apoiadores e leitores do jornal A Verdade uma figura essencial para a construção da nossa luta no Estado do Rio Grande do Sul, que infelizmente nos deixou de forma muito precoce: o camarada Rodrigo Fuscaldo.

Rodrigo iniciou sua militância na Associação de Pós-graduandos da UFRGS (APG). Buscou a entidade através de uma reivindicação econômica, a falta de acessibilidade no campus onde estudava. Ao entrar em contato com a entidade, Rodrigo conheceu os camaradas que escrevem este artigo. Após poucas semanas, Rodrigo já tinha entendido a ligação entre as lutas econômicas e as lutas políticas, assinando a ficha de apoio à legalização da Unidade Popular (UP), filiando-se ao partido e se tornando secretário-geral do Diretório Municipal de Porto Alegre.

Sobre a luta de Rodrigo na UP, Leonardo Péricles, presidente nacional do partido afirmou: “Durante nosso Congresso de 2021, que decidiu o lançamento de nossa candidatura à Presidência, batemos um papo muito interessante, porque ele me chamou a atenção sobre a importância de a UP defender os direitos das pessoas com deficiência. O fez de forma bastante carinhosa. Pedi para que ele nos ajudasse a formular sobre o tema e sei que ele o fez. Foi um encontro que me marcou muito. Ficará na lembrança aquela pessoa muito meiga e carinhosa e, ao mesmo tempo, muito firme nas suas defesas. É um camarada que, com certeza, fará muita falta nas nossas lutas”.

Rodrigo sabia que sua vida seria breve devido ao prognóstico desfavorável de sua doença. Por isso, sempre foi extremamente abnegado e disciplinado. Era o primeiro a chegar nas reuniões e atividades e sempre que alguém se atrasava, falava da importância da pontualidade. Fazia a luta política com os camaradas que, ao contrário dele, têm toda saúde do mundo para exercer sua militância e desperdiçam isso com comportamentos autodestrutivos.

Ainda militante do Movimento Correnteza, na ocasião de uma plenária, Rodrigo, que fazia doutorado em Química, estudando Química Medicinal, inclusive terapias para a própria doença que o afetou, emocionou todo o plenário afirmando que a atividade militante deu sentido para sua pesquisa, pois sabia que no capitalismo as pesquisas desse tipo acabam servindo para uma empresa farmacêutica lucrar bilhões se os resultados forem positivos, enquanto que no socialismo o conhecimento produzido é utilizado em benefício de todo o povo.

Após atuar no movimento estudantil, Rodrigo ingressou na categoria dos servidores universitários, lutando sempre pela mobilização dos trabalhadores e contra o oportunismo.

Em sua atuação, além de se tornar referência e apresentar o Movimento Luta de Classes (MLC) para diversos colegas, recrutou para a luta revolucionária o camarada André Telles, que deixou seu depoimento:

“Eu tive o privilégio de ter sido recrutado para o partido pelo Rod. Muito amável, sensível, zeloso e solícito, quando era necessário, mostrava toda sua força e resistência, se tornava gigante nos momentos de enfrentamento e luta. Dava aulas de trabalho e abnegação, levantando alto a bandeira dos homens que se sacrificam e que lutam. Não havia chuva ou sol que o afastasse das tarefas de militante. Não esperava nada mais do que ser exemplo. Por tantas vezes me confessou a consciência de que sua vida seria breve, mas nunca com tristeza, tinha certeza de que fazia parte da história de libertação do povo brasileiro. Pelo que construiu, pelas lições que ensinou e pelos corações e mentes que conquistou, o Rodrigo hoje é a semente da Revolução Socialista Brasileira. Para nós, resta a saudade e o orgulho de ter lutado ao seu lado. Rodrigo vive!”

Jaqueline Silinske também atuou muitos anos com Rodrigo e declarou: “Conheci o Rodrigo no movimento estudantil. Ele começou a se organizar em torno da reivindicação por acessibilidade no campus do Vale da UFRGS. Militei com ele no movimento estudantil e sindical. O Rodrigo foi um militante que não se furtou em fazer a luta política para aproximar estudantes e trabalhadores da nossa organização. Ele foi um exemplo para mim na luta pelo Socialismo e pelo Poder Popular, além de sempre acreditar e ter no horizonte que um outro mundo é possível”.

Dentre as pessoas que conquistou para a luta, está sua mãe, Adriana Fuscaldo, que no velório relatou às mais de 100 pessoas que passaram por lá sobre a importância do partido na luta de seu filho pela vida. Recentemente, no dia 25 de fevereiro, Adriana se tornou uma nova camarada, filiando-se à Unidade Popular e afirmando que seguiria a luta do filho.

A filiação de Adriana Fuscaldo demonstra que a vida de Rodrigo segue, sua atuação dá frutos e reafirma que a luta, seja no plano individual ou coletivo, faz o processo revolucionário avançar. Cada dia que passa, com a luta de pessoas como ele, chegamos mais perto de uma sociedade justa e fraterna, sem fome e sem miséria.

Rodrigo viverá sempre em nossa memória e na história, passada e vindoura, de nosso Partido. Foi e é um camarada imprescindível.

RODRIGO FUSCALDO, PRESENTE!

Matéria publicada na edição impressa nº266 do jornal A Verdade

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