Encontro com coordenadores dos núcleos da UP do interior do Rio de Janeiro reuniu 35 militantes e debateu conjuntura política e crescimento do Partido.
Rafael Figueira | Cabo Frio (RJ)
BRASIL – No último domingo (12), ocorreu o primeiro encontro de Coordenadores de Núcleos da Unidade Popular do Interior do Rio de Janeiro, na cidade de Cabo Frio. Houve a presença de 35 coordenadores de 12 cidades diferentes, divididas em 4 regiões do nosso estado. O encontro aconteceu no espaço Usin4, um teatro de resistência da cidade que abriga vários eventos culturais incluindo o Cine Cajá, cineclube desenvolvido por um núcleo da UP da região.
Esse foi o primeiro encontro para reunir os camaradas que têm a tarefa de organizar os principais coletivos do trabalho periódico da UP. É muito comum os descasos com os espaços de base partidário e a UP nasce exatamente para conseguir vencer essa fatura histórica de construir um partido extremamente democrático, grande e combativo nas suas ações diárias.
No primeiro momento nos debruçamos nas tarefas de conjuntura, discutindo as linhas da UP para o momento que estamos vivendo no Brasil. A necessidade de prisão para Bolsonaro e seus aliados golpistas por todos os crimes de corrupção e entre outros que cometeram nos anos do governo fascista, mas também justiça pelo atentado golpista do dia 08/01.
Um tema central do encontro foi a necessidade de aumentar o conhecimento do conjunto do Partido nas realidade territoriais do interior, pois a realidade de cidades consideradas “pequenas” são parecidas mas com muitas características singulares.
Nas plenárias, foi debatida a necessidade de resgatar o passado operário do interior do país que a tempos era refém da velha política que está onde dá mais dinheiro. Nos últimos períodos, famílias tradicionais que não hesitaram em ser pró Bolsonaro do mesmo modo não perderam tempo em dialogar com o novo governo.
Combater o conservadorismo fascista também é urgente nessas cidades. Os índices de violência política e de gênero são alarmantes e só é preciso crescer presença política com muita organização.
O interior do Rio também tem um vácuo da esquerda visível, apesar de ter muitas pessoas que já votaram em parlamentares de esquerda para cargos estaduais ou federais, não se vê isso refletido nas cidades. As prioridades das esquerdas do Rio ainda são muito centralizadas na região metropolitana e isso deixa um espaço aberto de atuação nos interiores com muitos bônus para o nosso trabalho ousado, mas também alguns ônus.
Na parte da tarde o foco da discussão foi a organização para os próximos períodos, para dar cabo do crescimento que tivemos fruto da participação acertada nas eleições e como conseguir dar formação e rotina de trabalho para a maioria dos filiados. Outro assunto aprofundado foi nossa política de finanças, entendendo que não recebemos parte do fundo partidário milionário por causa da injusta e antidemocrática cláusula de barreira.
O trabalho da UP é baseado na auto sustentação com pilar nas contribuições individuais dos filiados e em atividades periódicas dos núcleos de base. Tarefas que precisam ser efetivadas por muitas mãos, desde o processo de criação até a de controle.
Os militantes terminaram o encontro energizados e dando mais um passo para construção do Partido. A UP cresce rápido. Isso demandará muita disciplina nas tarefas para chegar no estágio de ter um Partido forte o suficiente pra superar o capitalismo no Brasil.