Estudo aponta que aumentou a concentração de riqueza nas mãos de poucas pessoas, e da pobreza nas mãos da maioria da humanidade. 1% mais rico do mundo adquiriu seis vezes mais riquezas que 90% dos trabalhadores e do restante da população.
Igor Barradas | Redação RJ
INTERNACIONAL – O 1% mais rico do mundo ficou com quase 2/3 de toda riqueza produzida nos últimos dois anos – cerca de US$ 42 trilhões –, o que representa seis vezes mais dinheiro que 90% da população global conseguiu no mesmo período.
Os dados são do novo relatório da Oxfam, “A Sobrevivência” do mais rico – por que é preciso tributar os super-ricos agora para combater as desigualdades”, divulgado no último dia 16 de janeiro. O documento revela como a burguesia se apossa de quase todas as riquezas do planeta para benefício próprio, submetendo a maioria da população à miséria, fome e desemprego.
A desigualdade entre ricos e pobres é tão grande que, hoje, um bilionário ganha cerca de 1,57 milhão de euros por cada euro ganho por quem está entre os 90% mais pobres da humanidade. Ou seja, enquanto um trabalhador recebe um euro por seu trabalho, um bilionário recebe um milhão, quinhentos e cinquenta e sete mil euros!
Aumento das desigualdades sociais
O relatório da Oxfam também aponta que a fortuna dos bilionários cresceu 5 bilhões de dólares por dia entre 2020 e 2022. Ao mesmo tempo, a maioria da população sofre com a fome, não tem acesso a serviços básicos de saúde e vive em barracos de papelão, de favor na casa de parentes, em áreas de risco, calçadas ou debaixo de viadutos.
O estudo mostra a crueldade e o egoísmo dessa minoria de ricos que vivem no luxo. Desde o início da pandemia, 573 novos bilionários surgiram. Entre eles, 40 vieram da indústria farmacêutica. Quer dizer, enquanto o povo morre sem remédios, meia dúzia de magnatas lucram bilhões vendendo vacinas, medicamentos e outros produtos dos laboratórios privados.
Essa é a lei maior do capitalismo: de um lado, os pobres ficam mais pobres, enquanto do outro a burguesia não para de enriquecer. “Os bilionários obtiveram extraordinários aumentos das suas fortunas. Durante a pandemia e as crises do aumento do custo de vida desde 2020, 24 bilhões de euros, 63% de toda a nova riqueza criada, foi capturada pelo 1% mais rico, enquanto apenas 14 bilhões de euros (37%) foi para todo o resto da população”, explica Gabriela Bucher, coordenadora do relatório.
“Enquanto as pessoas comuns estão fazendo sacrifícios diários em itens essenciais como comida, os super-ricos superaram até mesmo seus sonhos mais loucos”, conclui.
Sistema desumano e explorador
O que pouco se fala sobre esses super-ricos é que nenhum deles jamais trabalhou de verdade para conseguir suas fortunas. São ricos porque exploram a força de trabalho dos trabalhadores e saqueiam os recursos naturais dos países mais pobres. E fazem isso pois, no capitalismo, a burguesia controla as terras, as fábricas, fazendas e oficinas através da propriedade privada dos meios de produção. Dessa forma, milhares de trabalhadores vivem debaixo de um sistema em que há exploração do homem pelo homem, poucos lucrando muito e muitos sem possuir nada.
A humanidade só se libertará dessas injustiças com um sistema social e econômico oposto ao capitalismo. Como disse Marx, deve haver a destruição da propriedade capitalista dos meios de produção para transformá-la em propriedade coletiva de todos os trabalhadores, por intermédio da revolução socialista.