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domingo, 22 de dezembro de 2024

“A Greve”, filme de Sergei Eisenstein

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A imagem mais marcante do filme é a cena que fecha o longa, em que é comparado o abate de um porco com a chacina dos trabalhadores grevistas. Nesta cena, o diretor propõe uma atmosfera de tensão e angústia, transmitindo a ideia de que a luta dos trabalhadores é uma luta pela vida.

Jesse Lisboa | Recife


“A Greve”, de 1925, é um filme do diretor soviético Sergei Eisenstein que aborda a luta dos trabalhadores por seus direitos. Esse longa-metragem é um exemplo do cinema soviético da década de 1920, que tinha como objetivo retratar o cotidiano do povo e suas lutas, além de estabelecer referências de montagem no cinema.

O período que se seguiu à revolução de 1917 na Rússia foi marcado pelo Construtivismo Russo, uma iniciativa que defendia a ideia de que o cinema não poderia estar distante do povo, mas sim que deveria ser construído a partir de seu cotidiano. Assim, os cineastas soviéticos procuravam retratar a realidade de forma direta, pondo em questão a luta de classes e a recente revolução. A montagem era a principal ferramenta para a construção de um filme. A sequência de imagens, organizadas a fim de estabelecer relações de causa e efeito, era capaz de transmitir ideias complexas de maneira acessível. Sendo assim, a montagem era vista como uma forma de transformar o cinema em um recurso de agitação e propaganda.

“A Greve” é um exemplo dessa abordagem. O filme retrata a morte de um trabalhador, acusado injustamente de roubo, e a consequente greve organizada pelos trabalhadores. É importante evidenciar que o cenário histórico do filme é a Rússia pré-revolucionária, mais especificamente de 1903. O filme começa mostrando uma frase de Lênin, que diz o seguinte: “A força da classe trabalhadora é a organização. Sem organização das massas, o proletariado não é nada; organizado é tudo. Ser organizado significa unidade de ação, unidade de atividade prática.” Mais tarde, a narrativa do filme vai sendo construída a partir de uma série de imagens que mostram a opressão dos trabalhadores pela classe dominante e sua luta por seus direitos. A montagem é utilizada de forma a tornar explícita a ideia de que a greve é uma resposta à opressão sentida pelos trabalhadores.

O filme de Eisenstein utiliza metáforas visuais para enfatizar sua mensagem. As imagens dos animais, tão presentes em suas outras obras cinematográficas, são utilizadas aqui para representar a luta dos trabalhadores contra seus opressores. A imagem mais marcante do filme é a cena que fecha o longa, em que é comparado o abate de um porco com a chacina dos trabalhadores grevistas. Nesta cena, o diretor propõe uma atmosfera de tensão e angústia, transmitindo a ideia de que a luta dos trabalhadores é uma luta pela vida.

Ao final do filme, a frase “Lembrem-se camaradas!” é exibida, destacando o objetivo do filme de transmitir uma mensagem revolucionária para a população soviética, diante de uma recente revolução que pôs fim às antigas opressões do regime czarista. A mensagem final do filme expressa que a luta da classe trabalhadora é uma luta pela justiça e pela democracia proletária!

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