Após pressão, governo suspende calendário do Novo Ensino Médio

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Governo suspende por 60 dias calendário do Novo Ensino Médio. Nova portaria interrompe processo de transição do currículo do ensino médio, mas mantém a reforma. Estudantes e educadores continuam mobilizações pela revogação completa.

Felipe Annunziata | Rio de Janeiro


EDUCAÇÃO – Após pressão de estudantes e educadores, governo federal decidiu ontem (4), suspender por 60 dias o calendário do Novo Ensino Médio. A medida foi publicada em portaria do Ministério da Educação.

A suspensão se dá apenas na parte que trata das mudanças do ENEM de 2024 (quando seria aplicada a prova com o novo currículo). O ministro da educação, Camilo Santana, ainda se recusa a revogar por completo a Reforma do Ensino Médio, mesmo com todos os prejuízos causados nas escolas do país.

Reforma piorou vida de estudantes e educadores pelo país

Hoje, estudantes tem aulas de matérias “optativas” tais como “Projeto de Vida”, “Morar bem”, “Como cozinhar” etc. Em matéria recente, o jornal Folha de São Paulo, identificou mais de 1600 matérias “alternativas” ofertadas em milhares de escolas do país. Essas matérias entraram no ugar de matérias considerada “tradicionais”, como história, geografia, biologia, química, entre outras.

Na prática o Novo Ensino Médio está privando milhões de estudantes da classe trabalhadora de uma educação de qualidade. A falta de formação dos profissionais de educação também estão impondo um regime de trabalha extremamente precarizado, piorando as condições de ensino no país.

Governo precisa revogar Reforma

A portaria publicada ontem (4) na prática só paralisou temporariamente um aspecto da Reforma do Ensino Médio. A lobby de representantes das grandes redes privadas educacionais ainda é muito forte no MEC e está travando a revogação completa da Reforma.

Diante disso, representantes de entidades estudantis e sindicais tem defendido a necessidade de se manter a mobilização contra a Reforma. A nova portaria, embora comemorada por especialistas contrários ao Novo Ensino Médio, ainda é insuficiente para resolver o problema.