Ideias da extrema-direita são apontadas como causa no aumento dos ataques armados a escolas. Problema não se resume apenas às questões pedagógicas e de saúde mental. Derrotar definitivamente o fascismo é necessário para defender estudantes e educadores.
Felipe Annunziata | Redação Rio
EDUCAÇÃO – Desde o mês passado, quando um estudante de 13 anos assassinou uma professora a facadas numa escola pública, em São Paulo, o país está em choque com o aumento brutal de ataques às escolas. Desde aquele dia, já se registraram 2 ataques e centenas de outras ameaças país a fora. Um dos ataques resultou no assassinato de 4 crianças de 4 a 7 anos em Blumenau, interior de Santa Catarina.
O fato é que, desde a ascensão de Bolsonaro, o Brasil vem registrando um aumento nesses casos. Inúmeros pedagogos, psicólogos e outros especialistas atribuem esta expansão ao crescimento da extrema-direita no país.
Isto porque, com o avanço das ideias fascistas de Bolsonaro em setores maiores da sociedade, organizações nazi-fascistas aumentaram suas atividades nas redes sociais. Antes, se dizia que os ataques começavam por incitação de grupos na chamada “deep web”, isto é uma parte da internet que é acessada sem qualquer filtro ou controle social e é usada por grupos fascistas e terroristas, além de agências de espionagem das potências imperialistas. Mas hoje, a situação é outra.
Há centenas de comunidades nas redes sociais que exaltam os assassinos e criminosos que fazem estes ataques às escolas. Essas comunidades também são responsáveis por recrutar crianças e jovens para estes ataques. No início do ano, um aluno do Espírito Santo foi apreendido pela polícia após tentar realizar um massacre na sua escola. Na ocasião ele vestia uma braçadeira com a suástica nazista.
Fica cada vez mais evidente as ligações diretas entre a ideologia fascistas e o aumento dos ataques às escolas. A extrema-direita, em todas as suas orientações, sempre pregou a morte das pessoas. Fossem judeus, comunistas, LGBTs, negros, mulheres, o ódio a algum grupo social explorado é o que caracteriza as ideias fascistas.
Longe de ser apenas um problema de saúde mental, ou de bullying nas escolas, o que estamos vivenciando no Brasil é o resultado direto da política do fascismo para o nosso país. Não é à toa que este tipo de ação vem aumentando.
Nos EUA, que já vive há décadas essa situação, a maioria esmagadora dos ataques à escolas acontece por pessoas cooptadas por ideias supremacistas, fascistas. Naquele país é permitido se defender o nazismo e o fascismo e não há qualquer tipo de restrição legal a formação de milícias paramilitares fascistas.
Precisamos dar um basta nesta situação. Nosso país não pode virar um novo Estados Unidos. O combate ao fascismo e a repressão e dissolução de suas organizações, seja na internet ou fora dela, é fundamental para pararmos com a escalada de ataques as escolas. A derrota definitiva do fascismo no Brasil é a única garantia de que nossos estudantes e educadores terão alguma segurança nas escolas.