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segunda-feira, 6 de maio de 2024

Trabalhadoras são ainda mais exploradas do que os homens no Brasil

Brasil fica em 130º entre 153 países analisados quanto à desigualdade salarial entre homens e mulheres.

Claudiane Lopes | Redação


TRABALHADORAS – O recente relatório do Fórum Econômico Mundial analisou a desigualdade de gênero em 153 países. O Brasil ocupa o 130º lugar no quesito que analisa os salários recebidos por homens e mulheres que desempenham trabalho semelhante.

No dia 08 de março, Dia Internacional da Mulher, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou um novo projeto de lei que estabelece que empresas podem ser multadas caso não paguem salários iguais para homens e mulheres. O valor pode chegar a dez vezes o maior salário pago pelo empregador.

Mas essa lei não é uma novidade, pois, desde a Constituição de 1988, já é garantido no seu artigo 7º salários iguais para homens e mulheres. Se a lei já existe, por que então as empresas capitalistas não colocam em prática?

A resposta é simples: o capitalismo é baseado em maximizar lucros, com o único objetivo de acumular riqueza para a burguesia, portanto, jamais irá garantir completa igualdade. Pelo contrário, continuará a utilizar todos os meios possíveis para dividir os trabalhadores entre gêneros, nacionalidades, raças/etnias, etc.

Pesquisa do Dieese aponta que as trabalhadoras brasileiras ganham, em média, 21% a menos do que os homens. Exemplo: R$ 2.305 para elas e R$ 2.909 para eles.

Mesmo em setores econômicos em que as mulheres são maioria, elas recebem menos. Nos serviços domésticos, as trabalhadoras representavam 91% do total, mas seus salários são 20% menores do que os dos homens. Nos setores de educação, saúde e serviços sociais, elas totalizaram 75% dos trabalhadores e têm rendimentos médios 32% menores do que os recebidos pelos homens.

Segundo o IBGE, a força de trabalho no Brasil é composta por 44% de mulheres. Consequentemente, são também a maioria entre os desempregados (55,5%). O resultado aparece na taxa de desocupação: 11% para as mulheres e 7% para os homens, no mesmo período de análise.

Nas últimas décadas, a configuração familiar se transformou bastante no Brasil, com muitas mulheres assumindo o posto de arrimo de família. Dos lares com chefia feminina que recebem até dois salários mínimos, 64% são liderados por mulheres negras. Portanto, a desigualdade de gênero e raça/cor no mercado de trabalho afeta intensamente a qualidade de vida de todos os membros das famílias e impõe, muitas vezes, a necessidade de participação precoce de filhos e outros parentes na complementação da renda familiar.

As mulheres trabalhadoras têm muito o que lutar, tanto para defender o que sobrou das conquistas passadas, quanto para conquistar uma real igualdade salarial e um salário digno para todos. Juntamente com as demandas salariais, virão outras demandas, como creches de qualidade, horas de trabalho mais flexíveis e o direito de se ausentar do trabalho sem que isso ameace os empregos e as carreiras das mulheres.

Matéria publicada na edição nº269 do Jornal A Verdade.

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