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domingo, 3 de novembro de 2024

UP realiza primeira edição do RevoluCine na Baixada Fluminense

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Militantes da Unidade Popular (UP) e da União da Juventude Rebelião (UJR), com o objetivo de popularizar o acesso à cultura, realizaram a primeira edição do RevoluCine, projeto de cinema popular na Baixada Fluminense.

Bruno Nogueira* | Nova Iguaçu (RJ)


CULTURA – Na noite do último dia 28/04 foi realizado no município de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, a primeira edição do RevoluCine, cine debate organizado por militantes da Unidade Popular e da União da Juventude Rebelião com o objetivo de popularizar o acesso à cultura e utilizar da arte audiovisual para denunciar o sistema capitalista. 

Nesta edição, o filme exibido foi “Medida Provisória”, longa dirigido por Lázaro Ramos. Ao final do filme foi realizado uma roda de conversa com o público que contou com a presença do Movimento Negro Perifa Zumbi.

Resistência cultural e resgate da identidade regional

Iniciativas como esta são essenciais para reaproximar a população dos aparelhos e espaços culturais da região, visto que a Baixada Fluminense já abrigou alguns dos mais famosos cinemas de rua do estado do Rio de Janeiro. Podemos citar como exemplos o Cine Verde, Cine Pavilhão, Cine Santa Rosa e o Cine Iguassu em Nova Iguaçu; o Cine Big, Cine Rivera e Cine Opala em Belford Roxo; o Cine Santa Rosa I, Cine Paz, Cine Caxias e o Cine Brasil, em Duque de Caxias, além do Cine Anil, em Magé.

Atualmente, esses lugares figuram apenas na memória da população baixadense, pois com o passar do tempo e o desenvolvimento econômico deste vasto território que se situa na região metropolitana do estado, esses locais foram sendo fechados, sufocados pelas lojas de grandes conglomerados capitalistas como Ponto Frio, Lojas Americanas, Casa&Video etc.  

O cinema foi se tornando um monopólio dos grandes shoppings, que cobram preços abusivos dos ingressos e limitam o acesso a esse espaço, além de ser excludente com a arte nacional e popular, limitando seus catálogos e exibições aos sucessos e propagandas imperialistas vindas de Hollywood e Nova York. Os valores atuais fogem completamente da realidade da grande maioria da população baixadense, visto que a cultura e o lazer devem ser um direito da população e não apenas um privilégio.

O cinema como ferramenta para a revolução

Um dos objetivos do RevoluCine para as próximas edições é a continuidade do teor revolucionário e crítico. A arte do cinema teve início em 1895 com a exibição do curta-metragem “L’Arrivée d’un Train à La Ciotat”. Desde então o audiovisual tem sido utilizado pela burguesia como arma ideológica. Hollywood nos dá inúmeros exemplos disso. Com um catálogo repleto de filmes que propagam o anticomunismo e glorificam o capitalismo, em especial o imperialismo estadunidense, procuram fazer os trabalhadores acreditarem que “é mais fácil imaginar o fim do mundo do que o fim do capitalismo”. Tal pensamento foi imposto em nossa sociedade através de diversos mecanismos, entre eles o cinema.

Mas não é só Hollywood que se utiliza deste elemento. Vale lembrar que durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) havia na Alemanha nazista a cineasta fascista Leni Riefenstahl (1902-2003), que foi responsável por filmes que glorificando e representavando o homem branco alemão como um ser superior a outras raças, essas obras pregavam também que os soldados nazistas eram superiores física e intelectualmente e que por isso eram detentores da razão e invencíveis. Filmes que propagavam todo o tipo de preconceito, procurando induzir e convencer as massas trabalhadoras desta ideologia.

Enquanto isso, na União Soviética liderada por Stalin, as obras cinematográficas eram construídas por trabalhadores em todo seu processo de criação, passavam a mensagem da importância do combate ao fascismo e da necessidade de se construir uma sociedade fraterna entre os povos.

Dito isto, o RevoluCine faz do cinema sua ferramenta para desgastar a superestrutura da sociedade capitalista e reforçar a construção da revolução brasileira. Para isso, é preciso disseminar iniciativas como o RevoluCine que visam apoiar e fomentar o cinema e a cultura em todas as regiões presentes no Brasil, para assim trabalharmos a base e denunciar para as massas as contradições do capitalismo.

*Militante da Unidade Popular em Nova Iguaçu

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