Expulsão fere a lei federal Nº 7.395/1985, que dispõe sobre os órgãos de representação dos estudantes de nível superior. A instituição vem tomando atitudes autoritárias e de perseguição a quaisquer estudantes que critiquem as irregularidades da Unibra.
Redação PE
BRASIL – O empresário e dono do Centro Universitário Brasileiro (Unibra), Laércio Guerra, decretou sumariamente a expulsão do estudante Guilhermme Miguel, presidente do Diretório Central dos Estudantes – Manoel Lisboa e militante do Movimento Correnteza. O motivo foi o fato de ele ter organizado o DCE para lutar por melhorias na instituição.
A expulsão fere a lei federal Nº 7.395/1985, que dispõe sobre os órgãos de representação dos estudantes de nível superior. A instituição vem tomando atitudes autoritárias e de perseguição a quaisquer estudantes que critiquem as irregularidades da Unibra. Essa perseguição é prática conhecida. Durante a ditadura militar, tal prática era comum, servindo para manutenção da ordem do governo totalitário. Mesmo com 38 anos da redemocratização, os movimentos sociais têm sofrido fortes ataques ao seu processo organizativo por parte do Estado burguês (prefeituras, governos, reitorias) e das próprias empresas capitalistas, como no caso desta universidade particular.
É inadmissível que a direção da Unibra não respeite a pluralidade de ideias que existe no ambiente universitário. A inflexibilidade é mais constante para aqueles que reivindicam direitos, que são contrários aos aumentos abusivos de mensalidade, ao direito de estudar o curso presencial sem os 40% do EaD (Ensino a Distância) e que lutam pela democracia interna, contra o autoritarismo da instituição.
“Somos contra todo tipo repressão! Solicitamos a solidariedade e o apoio de todas as pessoas e organizações que lutam pela democracia e pela educação de qualidade. Juntos, lutaremos contra todo autoritarismo e resquícios da ditadura militar”, afirmou Guilhermme Miguel, presidente do DCE.
Em nota, o DCE Unibra, que carrega o nome de Manoel Lisboa, jovem estudante torturado e assassinado pela ditadura militar fascista, em 1973, reafirma que “repudia veementemente a brutalidade que o Sr. Laércio Guerra comete ao perseguir os alunos. Não permitiremos que nenhum aluno seja punido por exercer seus direitos constitucionais garantidos, entre eles, o estudo e a liberdade de organização. Reafirmamos nossa determinação de lutar, permanecermos firmes, organizados e fortes em nossas trincheiras para proteger os trabalhadores e os estudantes”.
Matéria publicada na edição nº 272 do Jornal A Verdade.