No dia 06 de agosto, na cidade de Florianópolis (SC), ocorreu o 1º Congresso Estadual do Movimento Luta de Classes (MLC). O Congresso teve a participação de mais de 50 trabalhadores de diversas categorias e regiões do estado, que puderam conhecer o movimento sindical que vive um crescimento importante no nosso país, utilizando de uma linha combativa, classista e revolucionária
Jácson dos Santos | Florianópolis
TRABALHADOR UNIDO – No dia 06 de agosto, na cidade de Florianópolis/SC, ocorreu o 1º Congresso Estadual do Movimento Luta de Classes (MLC), com o objetivo de organizar as trabalhadoras e trabalhadores do estado, eleger a coordenação estadual do MLC_SC e os delegados que irão representar os trabalhadores revolucionários de Santa Catarina no 2º Congresso Nacional do MLC, que ocorrerá nos dias 18, 19 e 20 de agosto, na cidade de São Paulo.
O Congresso Estadual ocorreu no Auditório do Centro de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e teve a participação de mais de 50 trabalhadores de diversas categorias e regiões do estado, que puderam conhecer o movimento sindical que vive um crescimento importante no nosso país, utilizando de uma linha combativa, classista e revolucionária.
O MLC, que foi fundado no ano de 2005, chega em Santa Catarina com objetivos traçados: mobilizar os trabalhadores para ocupar os sindicatos, tirando-os das mãos dos pelegos e conciliadores; construir um espaço acolhedor e formador, que Engels considerava como “escolas de solidariedade, escolas do socialismo”[1], sendo local de organização, formação teórica e prática e edificando a sustentação necessária para enfrentar a exploração dos capitalistas e patrões; assim, alavancando a luta econômica e política a partir da luta por direitos para a classe trabalhadora, essa que tem em suas mãos o dever histórico de efetivar a transformação radical da sociedade a partir do socialismo.
O cronograma estabelecido e aprovado pelos congressistas teve, num primeiro momento, uma análise de conjuntura nacional e internacional a partir das falas contundentes da Psicóloga e Presidente estadual da Unidade Popular pelo Socialismo, Júlia Ew, e do metroviário na cidade de São Paulo e representante da direção nacional do MLC, Ricardo Senese. As falas dos camaradas apontaram para a necessidade de organização da classe trabalhadora nos sindicatos, historicamente espaços de grande importância na luta por direitos trabalhistas.
Movimento revolucionário de trabalhadores
Após a análise de conjuntura, foram aberta as inscrições para falas dos novos associados do MLC, que narraram a importância da chegada do movimento sindical revolucionário no estado, as problemáticas enfrentadas em relação aos sindicatos na atualidade, além das experiências de greves vitoriosas, como foi o caso da fala das trabalhadoras terceirizadas da Universidade Federal de Santa Catarina, que citaram a importância da colaboração entre os trabalhadores para organizar a greve pelo pagamento dos salários que estavam atrasados, sendo os responsáveis pela deflagração da greve demitidos pela empresa, mas que a partir de muita luta, organização e apoio do estudantes do Movimento Correnteza da UFSC, conseguiram a readmissão dos 8 funcionários que tinham sido punidos injustamente por terem solicitado o pagamento de um direito básico para a sobrevivência do trabalhador na “escravidão assalariada”.
Posteriormente mesa de abertura, os associados foram divididos em grupos para o estudo das teses do 2º Congresso Nacional do MLC, com o objetivo de incentivar o debate e conhecer as diversas dificuldades apresentadas pelos trabalhadores quando os sindicatos não têm um caráter classista e revolucionário. Durante o debate, foram construídas as propostas coletivas a serem votadas no congresso, apontando os próximos passos a serem traçados pelo MLC no estado de Santa Catarina.
Após os grupos de estudos, todos retornaram a plenária final para a votação das propostas, eleição da coordenação estadual do MLC e dos delegados que irão participar do Congresso Nacional em São Paulo. A coordenação estadual eleita teve como principal característica a grande pluralidade de categorias na sua composição, como trabalhadoras terceirizadas da portaria e da área da limpeza, trabalhadores da tecnologia, da área da saúde, da educação e do saneamento básico. Demonstrando que, como nos demais estados, onde o MLC já atua em mais de 100 categorias, os trabalhadores dessas diversas categorias reconhecem a necessidade de se organizar por uma luta conjunta e alinhada.
O 1º Congresso Estadual do Movimento Luta de Classes em Santa Catarina finalizou com uma linda confraternização popular, com o famoso churrasquinho brasileiro acompanhado por um bom samba organizado pelos trabalhadores, que se divertiram e aproveitaram para iniciar a campanha de finanças do movimento, com o objetivo de possibilitar a ida dos delegados eleitos ao Congresso Nacional.
Os trabalhadores associados ao MLC_SC estão em campanha para conseguir custear as despesas com o deslocamento dos delegados e colaborar na construção do 2º Congresso Nacional do MLC, desta forma, contando com a solidariedade de classe que é tão importante para os movimentos construídos pelos trabalhadores. Quem quiser contribuir com a luta dos trabalhadores de Santa Catarina pode fazer pelo pix do MLC_SC. A chave pix é o email [email protected] e está aberto a receber o apoio com qualquer quantia, além do contato dos trabalhadores do estado que, além de ajudarem na campanha, podem pelo mesmo email entrar em contato para tirar dúvidas, conhecer o MLC e se organizar no movimento a partir da associação.
Os sindicatos devem ser ocupados pelos trabalhadores e trabalhadoras que compreendem a sua “grande missão histórica”, e que irão contribuir com o desenvolvimento da consciência de classe a partir desse espaço. Portanto, construir o MLC é essencial para os trabalhadores e trabalhadoras que pretendem ocupar o espaço sindical e fazer dele esse local de solidariedade e formação, imprescindíveis para enfrentar as mazelas produzidas pelo modo de produção capitalista e os parasitas que utilizam dele para reprimir os trabalhadores. Assim, construindo uma sociedade onde a classe trabalhadora controle o mundo do trabalho, denotando a ele um sentido de construção de um mundo humano mais justo e solidário, o socialismo brasileiro.