É cada vez maior a necessidade de um jornal que fale sobre a realidade da classe trabalhadora diretamente com o nosso povo para combater a alienação produzida pelos grandes monopólios de comunicação.
Mavi Reigota e Renan Navarro | São Paulo
IMPRENSA – É inegável o crescimento e vontade da organização popular na periferia. Pressionada pela ascensão do fascismo no Brasil, ela é sempre o elo mais atingido e vulnerável nesta sociedade capitalista.
É inaceitável que a classe trabalhadora, aquela que produz toda a riqueza, seja a menos remunerada. Trabalhando 8 horas diárias, tendo muitas vezes de enfrentar até duas horas dentro do transporte público precário e caro, e mesmo cumprindo hora-extra, acaba recebendo em média até 2 salários-mínimos.
Os capitalistas, uma minoria da população que é dona de grande parte da riqueza, exploram os trabalhadores, ostentam e desperdiçam rios de dinheiro enquanto mais de 32 milhões de pessoas sofrem de insegurança alimentar no Brasil, não sabendo se vão conseguir se alimentar.
Através de um meio de comunicação efetivo e direto, que compreende os problemas da classe trabalhadora, é possível realizar junto a periferia um maior esclarecimento e melhor reflexão sobre os atuais problemas que tanto afligem o Brasil como insegurança, educação sucateada, desemprego e falta de acesso à moradia digna.
A organização popular para construir o socialismo no Brasil é urgente
O trabalho de base nas periferias e favelas ocorre desde a organização da primeira greve trabalhadora em 1917, na zona leste de São Paulo, até a presença sindical e dos comunistas nos anos 60 e 70. Contudo, essas periferias foram largadas às margens da politização com o passar do tempo.
Os grandes meios de comunicação usados pela população em geral têm algo em comum: são controlados por poucas famílias que moldam e filtram as informações que a população recebe, muitas vezes excluindo a realidade do trabalhador em prol de uma formação de opinião que reproduza a lógica burguesa.
Um ótimo exemplo é a reação, principalmente das mídias digitais, utilizando de seus algoritmos para criar uma imagem negativa da proposta conhecida como PL das Fake News – projeto que visa exigir transparência das redes sociais sobre propagandas e estabelece punições legais para os que, propositalmente, espalham notícias falsas ou sem fonte.
Para combater a desinformação e fortalecer a organização popular é preciso organizar a luta na periferia, construir núcleos e propor o debate sobre a comunicação e informação popular. A população da periferia deve refletir sobre seus problemas.
As brigadas nos bairros periféricos
As brigadas – momento em que centenas de pessoas vão às ruas apresentar e vender o A Verdade – têm crescido nas periferias de São Paulo e do Brasil. Mesmo com a dificuldade financeira que o nosso povo enfrenta, foram vendidos centenas de jornais em favelas como a São Remo e a Marcone ou em terminais de ônibus como o da Armênia e de Santana (na Zona Norte da capital paulista).
No ABC Paulista, a cada quinzena os brigadistas retornam ao D.E.R e Alvarenga em São Bernardo do Campo, ao Eldorado em Diadema, nesses e ouros bairros onde os moradores já reconhecem o jornal pela sua constância nos últimos anos.
Nessas brigadas, ao invés de uma agitação para muitas pessoas, a conversa é feita olho no olho, com respeito e atenção às demandas e as sugestões que o povo apresenta para resolver os problemas que os governantes não querem solucionar.
O Jornal A Verdade, a Unidade Popular e seus movimentos de massa participam e devem continuar participando dessa construção junto aos trabalhadores, rumo a uma nova sociedade que ofereça o mínimo de dignidade para a população. Avante!