No último dia 17 de agosto de 2023, a UESC realizou seu glorioso 17º congresso, que reuniu mais de 140 estudantes de quinze escolas. A chapa VOZ ATIVA foi eleita por unanimidade dos estudantes presentes. “Essa nova gestão está assumindo o compromisso com os estudantes de estar presente no dia a dia, nas salas de aula e também nas ruas, porque somente com a organização estudantil será possível transformar a educação.”
Raiana Rodrigues | Caruaru-PE
EDUCAÇÃO – Nos últimos quatro anos, a educação sofreu inúmeros ataques do governo fascista de Bolsonaro, que atacou não só a educação, mas também as entidades estudantis e seu papel democrático e histórico nas principais reivindicações da sociedade. Como exemplo disso está a implementação do Novo Ensino Médio, que vem precarizando cada vez mais a formação dos nossos jovens, tirando da grade curricular matérias essenciais, como filosofia, história e sociologia, para colocar matérias como “projeto de vida”, ensinar a fazer brigadeiro e bolo, podcast e outras coisas, sem nenhuma estrutura ou formação dos docentes para executarem tais disciplinas.
Ressaltando a importância das entidades estudantis, a União dos Estudantes Secundaristas de Caruaru (UESC), entidade de máxima representação dos estudantes na Cidade de Caruaru, da rede pública e privada dos ensinos fundamental, médio, técnico, pré-vestibular e supletivo, travou diversas lutas, principalmente durante esses últimos quatro anos, realizando diversos atos e debates, dentro e fora das escolas para organizar a luta estudantil no munícipio que também era atacada pelo governo da ex-prefeita Raquel Lyra, atual governadora do Estado de Pernambuco, uma vez que, nem sequer o material escolar era entregue aos estudantes das redes municipal e estadual.
Com isso, vendo a importância histórica da entidade, no último dia 17 de agosto de 2023, aconteceu seu 17º congresso, onde reuniu mais de 140 estudantes de quinze escolas. Apesar das dificuldades para a realização do congresso, já que a prefeitura e seus representantes inicialmente se negaram a ajudar com a estrutura, sem reconhecer a importância da construção desse espaço democrático no município, foi necessário a UESC organizar uma comissão para pressionar o poder público, que acabaram oferecendo apenas o mínimo para a realização do congresso, que durou apenas um turno por falta da alimentação que a prefeitura se negou a ceder
O congresso foi realizado no auditório da EREM Elisete Lopes de Lima Pires, tendo como tema a palavra de ordem “Organizar para transformar a Educação”. Com muitas palavras de ordem e animação, os estudantes cantavam com reivindicações sobre a situação da juventude e a realidade das suas escolas no município. A mesa de abertura contou com a presença de Raiana Rodrigues, presidenta da comissão gestora da UESC, Valéria Pires, representando a Unidade Popular (UP), onde convocou a juventude a se organizar nos núcleos da UP, Roberta Medeiros, representante do Sintepe, Thamires, representando a Seduc, Lucas Lopes, presidente do grêmio Solução Jovem, Jéssica Natalia pela UEP, Maria Santos pela UJR, e a UESPE foi representada pelo seu presidente Evandro José, que saldou a todas e todos presentes no congresso.
Foram realizados diversos grupos de debates (GDs), com os temas: Revogação do Ensino médio e acesso à universidade, escola livre de machismo, racismo e LGBTfobia. Ao final dos debates, foi feita a exposição das relatorias de cada grupo no plenário.
Logo após os GDs, a chapa VOZ ATIVA, a única inscrita, apresentou suas propostas: revogação imediata do Novo Ensino Médio; defesa de uma educação pública, democrática e de qualidade; lutar pelo do Passe-Livre; realizar o festival de Cultura; promover debates, palestras e eventos sobre o combate às opressões; organizar a Semana da Anistia e a Semana da Mulher Secundarista.
A chapa VOZ ATIVA foi eleita por unanimidade dos estudantes presentes, tendo a estudante Raiana Rodrigues eleita presidente da entidade. Segundo ela, “será essa nova diretoria que vai organizar os estudantes rumo as mobilizações por uma educação de qualidade, pela revogação do Novo Ensino Médio e pelo Passe-Livre estudantil. Essa nova gestão está assumindo o compromisso com os estudantes de estar presente no dia a dia, nas salas de aula e também nas ruas, porque somente com a organização estudantil será possível transformar a educação”.