Alice Morais | Natal
IMPRENSA – As mulheres comunistas revolucionárias são aquelas que carregam em seus ombros o legado das milhares de trabalhadoras que, com seus filhos nos braços, saíram das fábricas em Outubro de 1917 para reivindicar o fim da exploração da classe trabalhadora na Rússia. As mulheres comunistas entendem que, através da disciplina revolucionária, a mulher pode e será emancipada desse sistema parasita, e, portanto, cabe às revolucionárias refletir, compor e construir a agitação e a propaganda comunistas.
Escrito, impresso e distribuído pelos militantes revolucionários, o jornal A Verdade é o principal veículo de comunicação da teoria marxista para as massas no Brasil atual. Sendo assim, é um recurso primordial na educação da mulher trabalhadora, que não tem tempo para sentar-se à mesa e ler obras extensas e complexas devido à superexploração do capitalismo.
O jornal tem um papel essencial na desalienação da mulher, pois é através dele que muitas trabalhadoras tomam consciência de classe e, assim, compreendem a importância de se organizar. É de grande valor para o Movimento de Mulheres Olga Benario estar na página 10 do jornal a cada edição, assumindo a propaganda, denunciando a causa da opressão da mulher e escrevendo sobre o feminismo marxista.
Porém, apenas estar na redação do jornal não é suficiente. As militantes revolucionárias devem estar esclarecidas da necessidade de se inserir em todos os espaços onde há exploração da mulher; da necessidade de se inserir nas periferias, nas fábricas, nas lavouras, conscientizando as trabalhadoras e assumindo um papel de agitadoras. As agitadoras estão em uma posição de suma importância, pois é através delas que chegamos às massas, às mulheres que estão imersas na cultura neoliberal e precisam perceber as redes de opressão do capitalismo.
Com isso, conclui-se que, tampouco, é suficiente apenas vender o jornal. É necessário convencer as brasileiras da importância da leitura dele, disputar a consciência da trabalhadora para que não aconteçam agitações vazias, para que o jornal não acabe esquecido dentro de uma gaveta.
É preciso organizar espaços de luta entre as massas, rodas de conversa sobre o jornal e construir uma rede de apoiadores sólida.
Portanto, cabe também às mulheres de vanguarda desenvolver o jornal A Verdade. Nosso jornalismo é comprometido com a classe trabalhadora, com as mulheres operárias e, por isso, é preciso assegurar a independência e a autossustentação do jornal. Afinal, se não formos nós, mulheres comunistas revolucionárias, as primeiras a valorizar nossa imprensa popular, dificilmente avançaremos e alcançaremos o socialismo. Portanto, ser exemplo na luta pelo comun0ismo no Brasil é também ser linha de frente na agitação e na propaganda revolucionárias.
Matéria publicada na edição nº275 do Jornal A Verdade.