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sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Moradores da Vila Esperança organizam ato de resistência

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Moradores da comunidade Vila Esperança protestam contra desapropriações da Prefeitura do Recife. O protesto representa um movimento de resistência, que exige um pagamento justo de indenizações.

Jesse Lisboa | Recife


Nesta quinta-feira (24), moradores da comunidade Vila Esperança, localizada na Zona Norte do Recife, organizaram uma manifestação em frente à Praça do Monteiro. O ato foi uma resposta contra as desapropriações anunciadas pela Prefeitura do Recife para permitir a conclusão das obras da Ponte Engenheiro Jaime Gusmão.

Famílias que residem na comunidade há mais de três décadas bloquearam os dois sentidos da Avenida 17 de Agosto com pneus, chamando atenção para suas reinvidicações. O motivo da revolta é a considerada inadequação dos valores de indenização propostos pelo município, levando os moradores a exigir ressarcimento baseado no valor imobiliário do bairro.

Legislação ignorada pela Prefeitura

A comunidade, ocupada por aproximadamente 300 famílias, é reconhecida como uma das 74 Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS) da cidade, uma legislação que tem o intuito de proteger esses territórios populares e promove a regularização fundiária. No entanto, a Prefeitura do Recife, por meio da Autarquia de Urbanização do Recife (URB), distribuiu cartas de negociação que contrariam essas proteções, levando a um processo de gentrificação da cidade.

Desde 2012, a comunidade tem resistido às ameaças de desapropriação relacionadas à construção da Ponte do Monteiro. Além disso, é importante destacar que as obras da ponte avançaram durante a pandemia, enquanto os moradores enfrentavam os desafios da crise de saúde pública.

Processo de gentrificação

Gentrificação é um processo de transformação que garante novas funções aos edifícios e espaços urbanos. Esse fenômeno resulta em aumento dos preços imobiliários e na expulsão de moradores de baixa renda.

A gentrificação é evidente em bairros históricos como o Recife Antigo, onde antigas construções são revitalizadas para servir a espaços comerciais. A região metropolitana também enfrenta esse processo, com comunidades mais antigas sendo substituídas por empreendimentos de empresas imobiliárias, impactando a dinâmica social e cultural da cidade. A requalificação de áreas urbanas apenas atende às demandas dessas empresas, levando, em contrapartida, à perda da identidade cultural e a exclusão de grupos marginalizados. 

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