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terça-feira, 16 de julho de 2024

11 de setembro: EUA usaram discurso contra o terrorismo para oprimir os povos do mundo

Os ataques sofridos pelos Estados Unidos pelo grupo fundamentalista Al Qaeda abalaram o mundo 22 anos atrás. Mas de que forma isso contribuiu para a escalada dos conflitos inter-imperialistas e para a repressão da classe trabalhadora?

Igor Marques | Rio de Janeiro


INTERNACIONAL – Nesta segunda-feira (11), marcou-se 22 anos do primeiro ataque sofrido pelos Estados Unidos em seu território desde a Segunda Guerra Mundial. Os ataques às Torres Gêmeas e ao Pentágono – símbolos do poder econômico e militar dos EUA – são alguns dos eventos históricos mais conhecidos do século XXI e possuem raízes históricas complexas.

As disputas entre Estados Unidos e União Soviética nas décadas finais da Guerra Fria foram marcadas pelo aumento das tensões na região do Oriente Médio e Ásia Central. Depois do fim da Guerra Fria, os Estados Unidos começaram a financiar grupos extremistas para lutarem por seus interesses na região. A partir daí, se desenvolvem grupos extremistas islâmicos adeptos da chamada Jihad – ou guerra santa.

Nesse sentido, os ataques feitos pelo grupo extremista Al-Qaeda no 11 de Setembro de 2001 e que culminaram na morte de cerca de 3000 pessoas, são fruto também de sua política imperialista de agressão e do próprio financiamento do país a esses grupos.

A falsa “Guerra ao Terror” de Bush

Com a derrocada da União Soviética e o fim da Guerra Fria, os Estados Unidos buscaram cada vez mais se consolidar como potência imperialista hegemônica, posição que hoje se encontra sob contestação da China. Nesse contexto, ao longo da década de 1990, vemos o avanço da agenda neoliberal e da exploração da classe trabalhadora ao redor do globo. Cada vez mais, há a busca pela manutenção do status de superpotência hegemônica por parte dos Estados Unidos. Isso pode ser visto nas hostilidades recentes entre o país e a China.

Com isso, após os ataques de 2001, a resposta do governo fascista de George W. Bush foi avançar nos ataques à classe trabalhadora e de ampliar os gastos militares e o Imperialismo do país. Essa política encontrou respaldo entre os dois principais partidos burgueses do país e de toda a mídia hegemônica.

Bush, sua família e todo o seu governo possuíam íntimas ligações com as grandes empresas de defesa e petróleo do país. Diversos membros do governo Bush – como o próprio presidente e seu vice, Dick Cheney – foram e continuaram sendo sócios de grandes empresas do ramo de energia e defesa. Além disso, essas empresas eram essenciais para o financiamento de campanha de todos os presidentes eleitos no país – seja antes ou depois dos ataques.

Com isso, a verdade é que os ataques sofridos pelos Estados Unidos foram utilizados como pretexto para ampliar sua ambição imperialista global. As invasões criminosas do Iraque e do Afeganistão pelos EUA e OTAN são exemplos disso. Os dois países são estratégicos na produção de recursos importantes para imperialismo e seus monopólios, como petróleo e minérios, além de contribuírem para o aumento da presença geopolítica do país na região do Grande Oriente Médio.

Ambos os países não possuíam relação direta com os ataques e foram invadidos com a justificativa da chamada Guerra ao Terror de Bush. Essas invasões não resultaram na diminuição do terrorismo jihadista ao redor do globo – pelo contrário – e contribuíram para o assassinato de centenas de milhares de civis e para a completa destruição dos países, ao passo que financiava uma ditadura militar no Paquistão.

A falsa democracia estadunidense

Enquanto os Estados Unidos mentiam dizendo que levariam a sua democracia liberal para o Iraque e Afeganistão, o país sofria com sua própria falta de democracia internamente. A própria eleição de Bush contra o democrata Al Gore, um ano antes dos ataques, foi marcada por uma controversa decisão da Suprema corte em favor do republicano, o que garantiria sua vitória no colégio eleitoral mesmo não obtendo a maioria dos votos da população.

Além disso, os ataques contribuíram para o aumento da repressão à classe trabalhadora em todo o mundo. O clima de pânico instaurado pelo governo e pela mídia permitiram com que projetos de lei que retiravam direitos da população e ampliavam os poderes do executivo federal fossem aprovados com apoio irrestrito de Republicanos e Democratas e votados às pressas. Esses projetos possibilitavam, em nome da luta contra o terrorismo, a quebra dos sigilos telefônicos sem autorização judicial, a suspensão de habeas corpus, a criminalização dos movimentos sociais e diversos outros ataques aos direitos da população. 

Leis como o USA Patriot Act inspiraram outras legislações anti-terrorismo por todo o globo, sendo vistas manifestações populares contrárias a esses projetos em diversos países, incluindo o Brasil. A burguesia dos Estados Unidos busca a todo momento a ampliação dos seus lucros em escala global, e para isso apoia governos fascistas e que restringem os direitos dos trabalhadores.

O avanço do militarismo no século XXI

Por fim, cabe lembrar que os Estados Unidos ampliam sua capacidade militar ano após ano. A sua busca pela ampliação da sua hegemonia contribui para o aumento dos gastos militares em âmbito global. Mas ainda assim, segundo dados do Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo, na Suécia (SIPRI, na sigla em inglês) os Estados Unidos são responsáveis por cerca de 40% dos gastos militares globais, mesmo possuindo cerca de 4% do total da população do planeta.

O avanço da chamada Guerra ao Terror de Bush, justificada pelos ataques de Setembro de 2001, “coincide” com o avanço da ameaça russa e chinesa aos interesses dos Estados Unidos e do Imperialismo entre os dois países. Então, a partir desses eventos, havia uma justificativa para o avanços das políticas brutais e agressivas da burguesia e dos monopólios estadunidenses.

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