Estudantes de várias escolas de Nilópolis, na Baixada Fluminense, recriam a União Nilopolitana dos Estudantes Secudaristas. Numa cidade marcada pela falta de investimento em educação pública, o movimento estudantil se organiza para tocar as lutas do direito dos estudantes.
Isabella Samara | Nilópolis (RJ)
JUVENTUDE – No último dia 13 de setembro, dezenas de estudantes, das principais escolas do município de Nilópolis, se reuniram no campus do IFRJ para realizar o congresso de reorganização da entidade.
A mesa de abertura contou com a presença e saudação de entidades estudantis, como UBES, AERJ e FENET, além de movimentos e sindicatos aliados dos estudantes. Isabella Gandolfi, diretora da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, pelo Movimento Rebele-se, denunciou, em sua fala, o limite de investimento na educação, resultado do chamado “Novo Teto de Gastos”, o Arcabouço Fiscal.
Apontou também a necessidade da auditoria da dívida pública, pois, de acordo com ela, “atualmente, apenas 2,7% do orçamento da União é destinado para a educação, enquanto quase metade de tudo o que é produzido no país vai parar nos bolsos de empresários e banqueiros, com o pagamento da famigerada dívida.”
Ainda na mesa de abertura foi apresentada a necessidade dos estudantes barrarem a proposta do Novo Ensino Médio, que representa um retrocesso para a educação, bem como a necessidade de se engajar na campanha de prisão para Bolsonaro, que durante todo seu governo se colocou como inimigo número um da educação.
Durante o congresso, os estudantes debateram questões fundamentais como formação de grêmios, combate às opressões e acesso à cultura. Um dos pontos apresentados pelos estudantes foi a importância de projetos como o SambAERJ, que oferece oficinas de percussão e dança, voltado para o samba e destinado aos estudantes, como forma de democratizar o acesso à cultura. Além disso, também foi discutido entre os presentes as principais tarefas do Movimento Estudantil.
A plenária final contou com muita agitação e energia dos estudantes antes do início da votação. Com palavras de ordem dizendo “A UNES somos nós, nossa força e nossa voz” os estudantes tiveram a oportunidade de votar nas propostas construídas coletivamente durante o congresso e seu processo de mobilização.
Após isso foi apresentada a chapa para a 1ª diretoria da União Nilopolitana dos Estudantes Secundaristas, eleita por unanimidade e que terá Isabella Samara como presidenta.
O primeiro congresso dessa entidade tão jovem mostra que a luta do movimento estudantil na Baixada Fluminense é extremamente importante para reivindicar os direitos dos estudantes. Os jovens estudantes nilopolitanos estão cansados de terem seus direitos negados e estão dispostos a lutar por isso. A UNES tem um longo trabalho de lutas pela frente para garantir a melhoria da educação, em um aspecto geral, no município de Nilópolis.