MLB elege representantes e coordenadores para a CMP

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No dia 29 de julho, a Central de Movimentos Populares (CMP) realizou a etapa estadual de São Paulo do seu 7º Congresso Nacional. O evento aconteceu na sede do Sindicato dos Químicos de São Paulo, com o tema “Contra o fascismo, em defesa da democracia, dos direitos e da vida”.

Guilherme Arruda| Militante do MLB – São Paulo


LUTA POPULAR – Mais de duas dezenas de movimentos de moradia, saúde, cultura popular e luta comunitária participaram do Congresso estadual, entre eles o Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB).

Demonstrando o enraizamento de seu trabalho no estado, o MLB levou ao Congresso Estadual representantes de praticamente todas as regiões paulistas onde a CMP está organizada. Militantes da capital, do ABC, do Alto Tietê, de Osasco, de Campinas e da Baixada Santista compuseram a bancada do MLB, somando 20 delegados e diversos observadores.

Na parte da manhã, o Congresso contou com uma mesa de saudações e um debate de conjuntura. Para saudar o Congresso, o MLB convidou Vivian Mendes, presidenta estadual da Unidade Popular (UP).

Vivian Mendes, presidenta estadual da UP, foi convidada pelo MLB para participar do debate (Foto: Comunicação MLB)

Em sua fala, Vivian defendeu a importância da mobilização dos movimentos sociais mesmo durante o governo Lula, além de enfatizar a centralidade da luta antifascista e pela prisão de Bolsonaro na atual conjuntura.

“Não foi um consenso na esquerda que fôssemos às ruas fazer o enfrentamento às políticas fascistas. Os movimentos sociais é que defenderam disputar esse lugar para a política revolucionária, e só assim conseguimos derrotar eleitoralmente o fascismo. Agora, é preciso exigir punição exemplar para Bolsonaro e seus golpistas e combater as políticas econômicas neoliberais”, disse Vivian.

No debate de conjuntura, o MLB foi representado por João Coelho, da coordenação nacional do movimento. Ele defendeu que a CMP participe da luta contra o arcabouço fiscal, que vai reduzir o investimento público e comprometer as promessas do governo de retomada dos programas de moradia popular. 

Um representante da luta dos caiçaras do Guarujá também utilizou o espaço de discussão para denunciar a invasão de suas terras tradicionais pela empresa multinacional Cargill. O Congresso aprovou uma moção de solidariedade ao povo caiçara, se comprometendo a dar todo apoio a essa luta.

Na parte da tarde, os trabalhos se voltaram para a aprovação de um documento de balanço e perspectivas, a escolha da delegação paulista que participará da etapa nacional do Congresso e a eleição de uma nova coordenação estadual para a CMP São Paulo.

A carta de balanço e perspectivas apresentada pela Coordenação Estadual destacou que “durante a pandemia, a CMP foi às ruas contra o ódio e os fascistas, contra o golpe e em defesa da democracia”, além de ter criado a Escola de Soberania Alimentar e Hortas Comunitárias para os movimentos sociais.

Para o próximo período a carta destaca a necessidade de lutar pelo “Fora Tarcísio”, contra a privatização da SABESP, os despejos e a falta de políticas públicas contra as enchentes.

Para representar São Paulo o plenário decidiu que o estado enviará 55 delegados para o Congresso Nacional da CMP. Essa é a maior delegação estadual do país, sinalizando a grande inserção da Central nas lutas sociais paulistas. A etapa nacional do Congresso acontecerá na cidade de Salvador (BA) e está prevista para os dias 26 a 29 de outubro de 2023.

Na eleição da nova coordenação, por votação unânime, o MLB elegeu dois nomes para compor a equipe estadual que tocará os trabalhos da CMP nos próximos 4 anos. Os companheiros Marcio Alves e João Coelho foram indicados para ocupar essas cadeiras. Marcio também será o coordenador-geral da CMP na regional ABC.

“Construir a unidade entre os movimentos populares é importantíssimo, em especial em uma conjuntura onde a extrema-direita tem força entre a classe trabalhadora e é preciso estar junto ao povo cotidianamente, organizando a luta por direitos e o combate ideológico contra as ideias fascistas disseminadas pelos ricos. A CMP é um espaço fundamental nesse sentido, e temos fortalecido a presença do MLB e das ideias revolucionárias dentro da Central”, declarou João Coelho, coordenador nacional do MLB e eleito coordenador estadual da CMP.