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quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Mulheres paraenses lutam por justiça para estudante baleada por estuprador

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PM que baleou estudante após tentativa de estupro não sofreu nenhuma punição da justiça.

Kalí Santos e Denily Fonseca | Belém


MULHERES – No país em que a cada 6 horas uma mulher é morta e a cada 1 minuto uma mulher é estuprada, nos resta ainda lutar bravamente por um direito óbvio, direito à vida. São inúmeras as violências que nos tiram direitos básicos, como até mesmo o de trabalhar.

Aliás, quando as violências são cometidas, ainda temos que provar que somos nós a vítima, ou seja, a mesma justiça que encarcera a maioria pobre, também é a que livra da punição os detentores do poder do estado.

O caso de violência mais recente ocorreu no dia 03 de setembro, quando uma jovem universitária foi baleada após se defender de uma tentativa de estupro. O agressor Arthur Santos Júnior, sargento da Polícia Militar do Pará, disparou com uma arma de fogo contra a vítima enquanto a estudante estava em uma parada de ônibus na periferia de Belém.

Em sua defesa, o criminoso alegou que atirou porque a jovem tentou assaltá-lo, logo após prestar depoimento, foi liberado e responderá em liberdade, enquanto a vítima segue hospitalizada.

Não demorou muito para o caso repercutir pela capital paraense gerando revolta na população. Em resposta, o Movimento de Mulheres Olga Benario e diversos movimentos sociais organizaram um ato exigindo a prisão do estuprador e pedindo justiça a estudante e a tantas outras mulheres que são vítimas de todos os tipos de violências todos os dias.

Este caso de violência contra à mulher não é isolado no estado do Pará. De acordo com dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), cerca de 6.700 casos de violência doméstica foram registrados no Pará apenas no primeiro semestre deste ano, apresentando um crescimento de 12% nos casos registrados comparados ao mesmo período do ano de 2020. No ano passado, o Pará foi o estado com maior incidência de feminicídio da região norte.

A luta por justiça das mulheres paraenses

Quando olhamos para essa estatística, vemos reflexos de uma política de segurança pública de gabinete caduca, que nem mesmo consegue garantir às mulheres direitos básicos. No entanto, a violência sexual não é o único ataque às mulheres paraense. Hoje, são milhares de mulheres jogadas no déficit habitacional, desemprego, fome, no analfabestismo e, também, ocupando filas imensas nas madrugadas na frente das UBS (Unidade Básica de Saúde) dos bairros populares de Belém.

Diante disso, organizar as  mulheres em cada bairro, escola, universidade, fábrica é garantir que a luta internacional das mulheres continue a existir enquanto houver um estado violento que protege os fascistas e que dá licença para matar e violentar nossas mulheres a luz do dia.

Assim, não existe uma fórmula mágica para acabar com todas as violências as quais as mulheres são submetidas, resta seguir o exemplo de corajosas mulheres que tombaram lutando em defesa do bom, do justo e do melhor do mundo. O Movimento de Mulheres Olga Benário vem tendo o papel fundamental de sugerir uma nova alternativa às mulheres, baseada na solidariedade de classe, mostrando que é possível ter uma vida digna, livre do machismo e das violências e só será alcançada no socialismo.

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