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domingo, 22 de dezembro de 2024

Reforma do Museu do Ipiranga não atende necessidades das pessoas com deficiência

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A reabertura do Museu do Ipiranga foi com uma caríssima festa da elite paulistana em setembro de 2022, este estava fechado para reformas desde 2013.

Victor Magalhães Afonso| São Paulo


CULTURA – Durante esses anos de portas fechadas, o museu foi reformado para consertar problemas estruturais do prédio e restaurar suas obras, além de renovar suas exposições. No entanto, a ostentação de dinheiro disponível para a festa não foi a mesma para a reforma.

Uma reclamação antiga sobre a infraestrutura do museu é sobre a acessibilidade para as pessoas com deficiência (PCD). Mas a prioridade dos grandes ricos estava bem clara: para as obras de artes tombadas que exaltavam os bandeirantes havia todo dinheiro do mundo, mas para as obras de acessibilidade faltava verba.

O piso tátil em diversas sessões é incompleto. Há várias réplicas táteis das obras de artes para pessoas com deficiência visual, mas estas constantemente precisam ser retiradas para manutenção e não há réplicas para substituir. Poucos dos diversos textos explicativos encontrados pelas exposições possuem a escrita em braile e alguns dos que possuem se encontram fora do caminho do piso tátil.

As portas do museu foram abertas tendo à sua disposição apenas dois funcionários da área do educativo (responsável por pensar dinâmicas com o público e realizar visitas guiadas pelas exposições) buscando tapar o buraco com a contratação de estagiários para não ter de gastar com direitos trabalhistas. Pouco tempo após a reabertura, o museu já se encontrava sem funcionários para manutenção das reproduções táteis, realidade que permanece.

O Museu Paulista faz parte da Universidade de São Paulo (USP), que terminou o ano de 2022 com R$5,7 bilhões em caixa. A mesma universidade que atrasa e corta bolsa dos alunos todos os meses, que deixa a moradia estudantil em péssimas condições, que despeja e expulsa alunos pobres todos os dias é a que nega o direito dos visitantes à acessibilidade para visitar o museu. Com um caixa desses temos a certeza de que a falta de verbas é uma mentira, pois este descaso todo é o projeto da universidade e do Estado.

Todas essas situações apenas reforçam mais uma vez: para os ricos sempre há dinheiro e é possível gastar mais, mas quando se trata do nosso povo, aí o dinheiro é escasso.

A luta dos funcionários do museu durante este período por contratações e melhores condições de acessibilidade foi grande, mas a USP e o governo do Estado continuam a negar gastar dinheiro que não agrade os grandes ricos de São Paulo.

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