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segunda-feira, 30 de dezembro de 2024

A importância do jornal impresso para a democratização da mídia

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Nada mais justo que valorizarmos e reconhecermos o trabalho do jornal A Verdade, que se mantém firme na tarefa de conscientizar a população sobre o que acontece em nosso país e no mundo.

Hilsten de Barros | Recife-PE


Que a saída dos grandes jornais da mídia impressa é mais uma tentativa de diminuir o acesso das pessoas à informação já está mais do que claro e evidente, já que boa parte da população não tem acesso à internet – segundo a pesquisa TIC Domicílios 2019, um quarto da população não tem internet em casa, o que corresponde a mais de 50 milhões de pessoas. 

Porém, é necessário trazer uma análise um pouco mais aprofundada sobre isso e seus possíveis impactos. 

Uma das consequências mais imediatas é a dificuldade dos jornais independentes, que ainda publicam seu jornal impresso, de continuarem. Com a saída dos grandes jornais, a tendência é que as gráficas percam espaço no mercado, e as que conseguem continuar tenham que aumentar o valor das impressões, logo, os jornais independentes terão um acréscimo no custo de produção. Dessa forma, os pequenos são forçados a parar de publicar ou a continuar com enormes dificuldades, e as pessoas que se informavam apenas pela mídia física são privadas de receber informação. 

A censura mascarada de modernidade 

Outra consequência, menos pontual, mas que atinge uma parcela consideravelmente maior da população, é a “digitalização” ou “virtualização” tanto da informação quanto do acesso a ela. 

Há algum tempo, com o surgimento de serviços de nuvem – armazenamento de arquivos fora da sua máquina, através da internet, regulados e disponibilizados por empresas privadas -, plataformas de streaming (Netflix, Disney+, Amazon Prime Video, etc.), entre outros serviços que utilizam dessa mesma lógica, as pessoas passaram a ter menos coisas. De início, isso pode parecer com as “facilidades do mundo moderno”, porém, dessa maneira, as pessoas perdem o controle e a autonomia do que podem ou não usar/consumir. 

Com essa virtualização das coisas, todo o conteúdo cultural e informativo fica na mão das grandes empresas: filmes, jogos, documentários, livros, mapas, músicas, jornais, revistas, programas de rádio, etc.; e até mesmo o acervo pessoal que cada um guarda: documentos, fotos e vídeos pessoais, etc. Sendo assim, a burguesia é quem vai determinar quem pode ou não ter acesso a esse conteúdo, além de também ser ela quem define qual conteúdo será direcionado para cada pessoa baseando-se nos algoritmos (algoritmos esses baseados apenas em aumento da lucratividade dessas empresas), visto que é ela quem controla os preços de cada serviço e em quais localidades ela pretende atuar. Ou seja, mesmo que você pague para usar do serviço, são os capitalistas quem determinam o que pode ou não ser visto em cada local. 

O mesmo vale para as notícias. São os algoritmos, baseados no comportamento de uso de cada usuário, que determinam que tipo de notícia você receberá. Além disso, é muito comum que nos interessemos por uma notícia em específico navegando nas redes e, quando achamos a manchete interessante e abrimos para ler a matéria completa, nos deparamos com uma barreira de assinatura mensal para leitura no site. 

Fortalecer a imprensa popular 

Ao mesmo tempo, existe, por parte da grande mídia, uma campanha de combate às fake news, porém como combatê-las sem democratizar o acesso à informação? Como enfrentar a desinformação que chega com facilidade para a maior parte da população?    

Desta forma, nada mais justo que valorizarmos e reconhecermos o trabalho do jornal A Verdade e de outros veículos independentes e populares, que se mantêm firmes na tarefa de conscientizar a população sobre o que acontece em nosso país e no mundo, buscando cada dia mais incluir as pessoas nessa rede, diferente do que fazem os jornais burgueses. Portanto, para que essa tarefa seja cumprida, é necessário que tenhamos uma maior organização e engajamento na construção desse trabalho para que seja possível aumentar a tiragem de cada edição e a quantidade de matérias por local de atuação. Só conseguiremos isso se ampliarmos o nosso trabalho de agitação e propaganda nos locais de trabalho, estudo e moradia, realizando cada vez mais brigadas e divulgando mais e mais as ideias do jornal A Verdade para construirmos uma sociedade verdadeiramente democrática e justa, a sociedade socialista. 

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