Enquanto trabalhadores de São Bernardo do Campo sofrem com abandono do Estado, vereadores homenageiam ladrão de joias e genocida.
Marcelo Pavão | São Bernardo do Campo
DESTAQUES – A Câmara de São Bernardo aprovou, em 05 de outubro do ano passado, entre o primeiro e o segundo turnos das eleições presidenciais, a concessão dos títulos de cidadãos de São Bernardo para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL). A iniciativa partiu do vereador Paulo Chuchu (PRTB), aliado da família Bolsonaro e ex-assessor de Eduardo Bolsonaro antes de se tornar vereador em 2020.
Inicialmente, a indicação era de realizar a entrega da honraria em Brasília. Porém, após o ex-presidente ser derrotado pelo voto popular e não conseguir se reeleger, os preparativos passaram para o ABC Paulista, berço histórico da luta operária no Brasil.
A solenidade de entrega do título na Câmara de São Bernardo está agendada para o dia 30 de novembro, e o responsável do evento estima a instalação de telões, uma noite de autógrafos e o fim do “estigma de São Bernardo ser uma cidade petista”.
Hipocrisia e desrespeito com o povo
Enquanto os vereadores de extrema-direita aprovam condecorações para o ladrão de joias e genocida Bolsonaro, os trabalhadores de São Bernardo do Campo sofrem com o abandono e com a política fascista do prefeito Orlando Morando (PSDB), denunciado por racismo na ONU.
Com uma intensa desindustrialização da região, o desemprego cresceu e as condições de vida se tornaram ainda mais precárias na cidade. Nas periferias, a prefeitura tem adotado a política de demolir casas e despejar famílias, incluindo crianças e idosos, com a militarização da GCM e sem oferecer qualquer tipo de assistência.
Além disso, apenas no último mês, três mulheres foram vítimas de feminicídio na cidade, revelando um alarmante aumento da violência contra as mulheres. Em setembro, uma criança morreu após ser atingida por um tronco dentro de sua escola, apesar de a prefeitura ter sido notificada da necessidade de remover a árvore desde 2019.
O descaso da prefeitura com a população só parece aumentar. Em vez de a maioria dos vereadores estarem preocupados em combater a miséria, a violência, a falta de moradia e emprego, eles optam por gastar dinheiro público para homenagear o ex-presidente corrupto e fascista, responsável pela morte de mais de 700 mil pessoas durante a pandemia e da tentativa de golpe de Estado no dia 08 de janeiro, atentando contra a democracia brasileira.
Enquanto vivermos no sistema capitalista, os políticos financiados pelos ricos continuarão no poder das nossas cidades para defender a propriedade privada e os interesses da classe dominante. O povo trabalhador de São Bernardo do Campo deve se unir, organizar greves e manifestações para derrotar a corja fascista que dominou a política institucional da cidade! Nossos impostos não servem para homenagear fascistas! Fora Orlando Morando e seus vereadores fantoches! Prisão para Bolsonaro e seus cúmplices golpistas!